Um grupo de venezuelanos criou uma associação para acolher imigrantes que chegam em Cuiabá em busca de melhores condições de vida. O objetivo é conseguir ajuda do poder público para construir uma creche para os imigrantes e auxiliar na busca de oportunidades de emprego.
Em Cuiabá, ainda é possível ver venezuelanos com os filhos pequenos nos semáforos pedindo ajuda. Segundo eles, além da dificuldade para encontrar um emprego, quando encontram, muitos não conseguem trabalhar, porque não tem vaga na creche para deixar os filhos.
Segundo a Prefeitura de Cuiabá, o déficit é de 4 mil vagas.
Diante dessa realidade, o grupo de venezuelanos criou a associação para se ajudarem e conseguir apoio do poder público.
“Nossa ideia surgiu depois de escutar os pais dizendo que não conseguem vaga na creche e não têm como trabalhar”, explicou a presidente da Associação dos Venezuelanos Rosbelle Rojas.
Venezuelanos vão para os semáforos da cidade junto com os filhos para pedir ajuda — Foto: TVCA/Reprodução
Conselheiros tutelares e representantes do Ministério Público percorreram as ruas da capital, nesta semana, em busca das famílias que ficam no semáforo com crianças pedindo dinheiro. O objetivo era orientá-los sobre o risco que essas crianças correm ao ficarem às margens das avenidas da cidade.
“Foram abordadas mais de 30 famílias mostrando que eles não podem expôr essas crianças. Muitas delas foram matriculadas na escola. Elas têm dificuldade com o idioma, o que é normal, mas os pais precisam de um trabalho para melhorar as condições de vida”, disse o secretário de Assistência Social Wilton Coelho.
A prefeitura afirmou que vai desenvolver um projeto chamado 'Quero te conhecer' para saber mais sobre a realidade dos imigrantes e saber de que forma pode ajudá-los.
O marceneiro Josmar Rafael de Jesus Arocha disse que está fazendo 'bicos' para conseguir sustentar a família e pagar o aluguel de uma quitinete onde mora com a mulher e a filha de 7 anos.
O objetivo, segundo ele, é conseguir um emprego de carteira assinada o mais rápido possível.
“Saí da Venezuela por causa da escassez. Lá não tem remédio, não tem comida, o salário básico não dá para viver. Saí para buscar uma melhor qualidade de vida. Minha filha já está estudando e quer ser advogada. O meu sonho é que o dela se cumpra”, ressaltou.