Nas últimas semanas, as redes sociais foram tomadas por uma onda de memes envolvendo o jovem pregador Miguel Oliveira, de 15 anos, após um vídeo em que ele profere a frase confusa "of the king, the powe” durante uma de suas mensagens. A expressão, que se tornou viral, fazia parte de uma suposta revelação profética e acabou gerando forte repercussão negativa entre líderes religiosos de diferentes denominações, além de críticas do público fora do meio cristão.
Com mais de 1,3 milhão de seguidores no Instagram, o jovem ganhou notoriedade ao afirmar que nasceu sem cordas vocais e sem tímpanos, sendo curado de forma milagrosa aos três anos — ponto de partida para seu ministério. Em suas pregações, também afirma ter apenas 20% da capacidade visual. Natural de Carapicuíba, na Região Metropolitana de São Paulo, Miguel pertence à Assembleia de Deus Avivamento Profético e se apresenta como missionário nas redes sociais, onde mantém uma agenda movimentada, pregando em igrejas de diferentes estados do Brasil.
Apesar da popularidade, seu ministério enfrenta diversas críticas, especialmente quanto ao conteúdo e à autenticidade de suas mensagens. Além do episódio da frase em inglês sem sentido, que teria sido copiada de outro pregador, Miguel também gerou polêmica ao rasgar um laudo médico de leucemia durante um culto, declarando a cura da pessoa. A atitude foi duramente reprovada por pastores como Renato Vargens, que alertou os fiéis:
“Está circulando um vídeo onde o ‘profeta’ mirim rasga um laudo de leucemia. Se alguém fizer isso com você, rejeite imediatamente. Não confie em profetas que o mandam fazer essa loucura. Procure seu médico, faça os exames necessários e não dê, ouvidos a essas sandices”.
Em outra manifestação, vargens criticou a falta de discernimento e maturidade espiritual de parte das igrejas evangélicas, especialmente do segmento pentecostal. Ele argumenta que a grande quantidade de seguidores de jovens como Miguel evidencia uma superficialidade teológica preocupante:
“Garotos como esse e a menina do iPhone mostram que a Igreja brasileira, além de fraca, é rasa e desprovida de conhecimento. Os milhões de seguidores desses jovens provam que, por não conhecerem o Evangelho, muitos seguem falsos ensinos, pois, amam mais seus próprios desejos do que ao Senhor”.
O caso de Miguel Oliveira reacende o debate sobre o papel das lideranças jovens no meio cristão, os limites do espetáculo religioso e a necessidade de discernimento entre fé e responsabilidade.