Apesar da eleição para a escolha da próxima mesa diretora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) para o biênio 25/26 estar marcada para ocorrer no próximo dia 7 de agosto, a formulação da composição da chama encabeça pelo deputado Max Russi (PSB) – única candidatura consenso – poderá sofrer mudanças significativas.
O pano de fundo da disputa ultrapassa a influência nas disputas municipais deste ano, e chega na eleição de 2026, envolvendo vários atores políticos.
O acordo construído desde 2023 se concretizou com a formação da chapa Max Russi presidente e Janaina Riva (MDB) na primeira-secretaria, e Júlio Campos (União) de vice-presidente. O grupo tinha 16 deputados apoiando a chapa e tudo encaminhava para um consenso.
Contudo, a disputa de 2026 na sucessão ao governo do Estado, falou mais alto. Isso porque Janaina já havia anunciado ainda em 2022, quando se confirmou sua reeleição como a deputada estadual mais votada no Estado, que seria sua última disputa e que ela brigaria para disputar o Senado ou o governo em 2026.
Essa declaração bate de frente com o projeto político do governador Mauro Mendes (União), que após ser reeleito com quase 70% dos votos, tem como meta disputar o Senado Federal em 2026, caminho natural e sem resistência dos aliados.
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Sabendo disso, e sabendo que também existem pelo menos 3 outras candidaturas de peso para o Senado – os dos senadores Jayme Campos (União) e Carlos Fávaro (PSD), que encerrarão os seus respectivos mandatos e possivelmente buscarão a reeleição, além da candidatura do deputado federal José Medeiros (PL), dentro do campo bilsonarista – Mauro decidiu vetar o nome de Janaina Riva, já sua eleição para a primeira-secretaria do parlamento estadual, poderá favorece-la eleitoral em 26.
Diante disso, o Palácio Paiaguás decidiu lançar o deputado estadual Beto 2 a 1 (União) para a primeira-secretaria e articula o apoio da base para este projeto.
Tal articulação deixou Janaina Riva e seu pai, José Geraldo Riva, furiosos, já que ela sempre demonstrou ser governista na gestão Mauro Mendes, votando sempre com o governo.
Sabendo da força do governador, a deputada decidiu revidar, e iniciou uma articulação sob a bandeira de que o parlamento perderá a independência, caso Beto 2 a 1 seja o primeiro secretário.
Diante disso, uma articulação para uma nova chapa com Júlio Campos como candidato a presidente e ela como primeira-secretária, já começou a ser cogitada.
O pano de fundo para a possível chapa, também se deve a 2026. Nos bastidores, o grupo de Janaina alega, que o governador poderá ficar muito mais forte do que é, caso controle o parlamento e isso poderá fazer com que ele ‘rife’ alguns aliados em 2026.
Isso porque o senador Jayme Campos é do mesmo partido do governador. E caso ele chegue com mais força e controlando o União Brasil, Jayme Campos poderia perder a indicação para ser candidato a reeleição. E Mendes, já tem o compromisso de lançar Otaviano Pivetta (Republicanos) ao governo.
Diante desta conjectura, Riva busca convencer que a candidatura de Júlio Campos à presidência, pode fortalecer o irmão Jayme Campos para 2026.
Diante deste xadrez político, dois nomes tentam ficar de fora: O presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (União) e o vice-governador Pivetta.
Isso porque Botelho já havia feito compromisso para apoiar Janaina. Porém, com a pressão do governo, decidiu ficar de fora, alegando que por ser candidato, não pode criar inimizade com os aliados nas vésperas da eleição em Cuiabá.
O mesmo ocorre com Pivetta, que já ouviu declaração pública do governador, de que ele será o candidato do grupo para 2026. O vice-governador tem Janaina como uma das suas principais aliadas. Diante disso, ele tem dito que não trata do assunto por não ser uma das funções da vice-governadoria.
Faltando menos de 30 dias para a eleição, a única certeza é que Max Russi será o próximo presidente da Assembleia, pela sua articulação e força na estrutura de campanha.
