08 de Junho de 2025

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POLÍCIA Segunda-feira, 03 de Junho de 2019, 09:13 - A | A

Segunda-feira, 03 de Junho de 2019, 09h:13 - A | A

CASO ORTOLAN

Policia Civil diz que vai intimar viúva e pai de advogado que transferiu empresa depois de morto

Assessoria

A Polícia Civil decidiu tirar a poeira acumulada ao longo de mais de dois anos sobre o inquérito aberto para apurar as suspeitas de falsificação de assinaturas do falecido advogado Alex Ortoloan, de escreventes e de selo do Cartório de 7º Serviço Notarial e Registral de Cuiabá. Esta semana, por meio de uma nota encaminhada à redação do CO Popular, a PJC informou que, finalmente, a viúva do advogado, a Cláudia Mussoni Ortolan, e o pai do falecido, Ronildo Ortolan, devem ser intimados para depor sobre o caso. Passados quatro anos da descoberta e denúncia do famoso “Caso Ortolan”, em um dos grandes furos jornalísticos do jornal CO Popular sobre os concorrentes, o inquérito vinha a passos de tartaruga na antiga Delegacia Especializada de Estelionato, hoje, um mero “apendice” da 2ª Delegacia de Polícia do Carumbé, em Cuiabá. Vale lembrar que o caso envolve a fasificação de assinaturas do polêmico advogado Alex Ortolan, depois que este havia morrido.

O crime de falsificação teria sido cometido por familiares para que a  propriedade da empresa ALX Consultoria e Negócios Ltda, detentora de um grande patrimônio financeiro em forma de Cartas de Crédito do Governo do Estado, fosse transferida para sua esposa e filhos. O caso também envolve a falsificação de selos oficiais do Cartório do 7º Serviço Notarial e Registral de Cuiabá, cuja tambeliã, Nilzete Asvolinsque, na época dos fatos, confirmou que as assinaturas do advogado e de duas escreventes, bem como o selo judicial aposto em um Contrato de Alteração Social da empresa ALX foram falsificados. Naquela ocasião, Nilzete Asvolisque, depois de minunciosa busca no cartório, constatou a existência de uma cópia do documento que originou a falsificação. A tabeliã revelou ao CO Popular que a senhora Cláudia Mussoni Ortolan, viúva do advogado e o senhor Ronildo Ortolan, sogro da mesma, estiveram no Cartório no dia 25 de agosto de 2015 e reconheceram suas respectivas firmas no contratado de alteração societária da ALX Consultoria e Negócios Ltda. A escrivã garantiu à reportagem que, naquele dia, no entanto, não houve reconhecimento da firma do falecido Alex Ortolan no documento original. Até porque isso não seria possível, pois ele havia morrido havia mais de 60 dias, fato que estava anotado em suas fichas e devidamente lançado no sistema digital do sistema cartorário e judicial.

Diante dos fatos narrados pela escrivã do Cartório do 7º Tabelionato, ficou evidente que o documento levado à Junta Comercial para efetivar a transferência de propriedade da empresa ALX Consultoria e Negócios Ltda recebeu um selo falsificado, bem como assinaturas também falsas das rescreventes. A denúncia levada pela própria escrivã à Corregedoria Geral do Poder Judiciário, na época comandada pelo juiz Marcos Faleiros da Silva, no entanto, demorou dois anos para se transformar em um inquérito policial, o de número 500/2017. O inquérito policial foi instaurado por meio de Portaria assinada pelo delegado Luís Fernando Ramos Arantes.

O processo deve apurar as suspeitas levantadas pela escrivã titular do Cartório do 7º Serviço Notarial e Registral de Cuiabá contra Romildo Ortolan, pai de Alex Ortolan, e da viúva do advogado falecido, Cláudia Mussoni Ortolan, pela suposta prática de crime de estelionato mediante fraude documental contra o Estado e outras. Com menos de 100 páginas, os autos acumulam poeira nas prateleiras da delegacia. Passados mais de 24 meses de sua instauração, os suspeitos sequer foram ouvidos e nem os documentos tidos por falsos foram periciados.  Nesta semana, cobrada pela reportagem do CO Popular a dar informações sobre o andamento do inquérito, a Policia Judiciaria Civil de Mato Grosso encaminhou ao jornal a seguinte nota:

NOTA PJC A Polícia Judiciária Civil informa que o inquérito policial instaurado no ano de 2017 pela Delegacia de Estelionato, que funciona na 2ª Delegacia de Polícia do Carumbé, está sob a responsabilidade do atual delegado titular da unidade Alexandre Vicente. Segundo o delegado, a demora no andamento das investigações deve-se a grande demanda de ocorrências recebidas na unidade, assim como pelo baixo efetivo de servidores. A Polícia Civil, através da Delegacia Regional de Cuiabá, encaminhou um ofício a Delegacia de Estelionato para que seja dado prioridade ao caso e as partes envolvidas deverão ser intimadas nos próximos dias. 

Empresa milionária – A ALX Consultoria e Negócios Ltda é uma empresa milionária. Seu capital social, em 2015, era de nada menos que R$ 4,03 milhões. A empresa foi aberta por Alex Ortolan, conhecido como “o Rei das Cartas de Crédito” em Mato Grosso em abril de 2010. Nos dois primeiros anos, a ALX na prática, se manteve inativa. Mas, em 2012, foi contratada pela Missão Salesiana de Mato Grosso para a realização de supostos serviços de consultoria. O contrato rendeu à ALX a fortuna de R$ 10,81 milhões entre maio e novembro daquele ano. Informações ainda não oficiais indicam, no entanto, que o patrimônio da ALX é infinitamente maior que o seu capital social, uma vez que a mesma deteria uma fortuna em direitos sobre cartas de crédito e precatórios.


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