A reconstituição de um acidente ocorrido em 2015, em Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá, está sendo realizada para tentar concluir o inquérito do caso. Devido ao acidente, Marcos Sadi, de 41 anos, perdeu a fala e tem dificuldades para se locomover.
O acidente ocorreu em uma rotatória do Bairro Jardim Riva, no dia 2 de junho de 2015. Marcos conduzia uma moto e estava a caminho do trabalho quando foi atingido por um ônibus escolar do município.
Para tentar entender melhor todos os detalhes do acidente, o Ministério Público solicitou que uma reconstituição fosse feita.
“A vítima não pode ser ouvida, porque o acidente deixou sequelas, então não tivemos o depoimento dela para concluir o caso. O inquérito policial é feito para buscar a verdade”, explicou o delegado responsável pelo caso, Pablo Borges Rigo.
As ruas no entorno da rotatória foram bloqueadas na manhã desta quarta-feira (6) para a realização da perícia.
Um ônibus escolar do município, semelhante ao envolvido no acidente, fez o trajeto indicado no boletim de ocorrência, assim como a moto que a vítima pilotava. Dois homens conduziram os veículos, na tentativa de ilustrar da melhor forma possível o que de fato teria acontecido em junho de 2015.
Segundo a polícia civil, os peritos têm até 30 dias pra concluir a análise feita no local. O laudo será juntado ao processo, que investiga o acidente.
Vilma Pereira é quem cuida do marido — Foto: TVCA/Reprodução
Sequelas
Faz quatro anos que a rotina da Vilma Pereira Lima, mulher de Marcos, mudou completamente. Atualmente, ela se dedica totalmente aos cuidados do marido.
Ela afirmou que as sequelas do acidente refletem até no comportamento do marido. “Ele já cortou o fio da televisão, colocou fogo em todo o fogão. Não posso deixá-lo sozinho”, disse.
O laudo médico feito à época apontou traumatismo craniano. Depois do acidente, Marcos ficou um mês internado numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá.
Depois disso, ele foi transferido para Primavera do Leste onde passou dois meses em um hospital da cidade. Após receber alta, ele passou a ser acompanhado em casa por uma enfermeira do estado.
No entanto, segundo Vilma, o benefício foi cortado em setembro do ano passado. Agora a renda do casal vem de um benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
“A ajuda que recebo hoje é da comunidade. Depois do acidente, ele ficou como uma criança. Tem que aprender tudo novamente. Ele era uma pessoa trabalhadora, honesta e agora está desse jeito”, lamentou.