12 de Maio de 2025

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ENTREVISTA DA SEMANA Segunda-feira, 12 de Maio de 2025, 13:42 - A | A

Segunda-feira, 12 de Maio de 2025, 13h:42 - A | A

MAX RUSSI

Parlamentar rebate críticas e afirma que emendas parlamentares estão sendo distribuídas de forma correta, garantindo que o governo segue o cronograma estabelecido

“A sociedade investiu em energia solar e não deveria ser cobrada indevidamente e com muito esforço conseguimos resolver essa situação”

Ana Carolina | Redação

A entrevista com o deputado estadual Max Russi, presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), aborda temas centrais do cenário político e administrativo do estado, com destaque para a ampliação do número de cadeiras na Casa, o impacto orçamentário da medida, a distribuição das emendas parlamentares e os desafios de representatividade diante do crescimento populacional de Mato Grosso. Durante a conversa, o parlamentar também esclarece críticas relacionadas às emendas de bancada e defende maior equilíbrio entre as decisões técnicas do governo e o papel fiscalizador e representativo do Legislativo. A entrevista oferece um panorama sobre as movimentações políticas em curso e as perspectivas para as eleições de 2026.

Centro Oeste Popular — Deputado, em relação à votação no Congresso que prevê a criação de mais seis vagas na Assembleia Legislativa, como o senhor analisa essa possibilidade? O duodécimo atual é suficiente?

Max Russi — Isso é uma conquista, resultado do crescimento do Estado de Mato Grosso nos últimos anos. Com o aumento da população, é natural que a representatividade também cresça. O duodécimo é suficiente, não teremos dificuldades orçamentárias. A criação de novas vagas não altera o repasse do duodécimo. O que realmente nos preocupa é a estrutura física: atualmente temos limitações de espaço na Assembleia. Por isso, estamos dando continuidade à construção de uma nova ala, iniciada na gestão do deputado Botelho, um projeto antigo que agora precisa avançar para que possamos acomodar esses novos parlamentares.

Centro Oeste Popular — O senhor acredita que há necessidade de mais seis vagas na Assembleia?

Max Russi — Necessidade propriamente dita, não. Mas trata-se de uma exigência legal. Quando há aumento no número de deputados federais, há uma proporcionalidade que deve ser seguida nas Assembleias Legislativas, até o limite de 36 deputados estaduais. A cada novo deputado federal acima de 12, é criada uma vaga na Assembleia. Portanto, estamos apenas cumprindo a legislação.

Centro Oeste Popular — Embora não represente um peso econômico para o Estado, esse aumento de vagas gera impacto para o país. O senhor acredita que seria prudente redimensionar a representação dos estados?

Max Russi — Acredito que sim. Defendo que o número de deputados federais no Brasil seja mantido em 513, e que a redistribuição ocorra internamente, conforme o crescimento populacional. Mato Grosso, por exemplo, deveria ter direito a mais representantes, enquanto outros estados que não tiveram crescimento significativo poderiam ceder vagas. Nosso Estado é um dos que mais cresce, contribui significativamente para a balança comercial e o PIB do Brasil. É justo que tenhamos uma representação condizente com essa importância.

Centro Oeste Popular — Com essas mudanças, haverá impacto na formação de chapas proporcionais. Como o senhor avalia esse cenário?

Max Russi — Com certeza. Passar de oito para dez deputados federais e aumentar em 20% o número de cadeiras na Assembleia muda completamente a configuração política. Isso amplia as chances tanto para quem busca reeleição quanto para os novos candidatos. Haverá mais espaço e competitividade, o que exige uma reestruturação das estratégias partidárias.

Centro Oeste Popular — Há críticas de que parlamentares estão enfrentando dificuldades para receber emendas do Governo do Estado. Isso prejudica a atuação da Assembleia?

Max Russi — Honestamente, não vejo isso como um grande problema. Alguns deputados já receberam, outros ainda não, mas isso se deve ao calendário do governo. O orçamento deste ano demorou a ser aberto, o que impactou o andamento de vários projetos e também das emendas. Acredito que, nos próximos 60 a 90 dias, teremos um avanço expressivo no pagamento das emendas. Lembrando que são impositivas e devem ser quitadas até dezembro. Caso o cronograma não seja cumprido, a Assembleia certamente vai cobrar o governo.

Centro Oeste Popular — O secretário da Casa afirmou que as emendas de bancada, como estão sendo feitas, não seguem o modelo do Congresso, pois, acabam sendo individualizadas, o que não seria permitido. Como o senhor responde a isso?

Max Russi — Esse é o entendimento dele, e devemos respeitá-lo, mas ele também precisa respeitar o nosso. De fato, concordo que a individualização de emendas de bancada está equivocada. As emendas individuais já existem para isso. As de bancada devem ser voltadas a projetos estruturantes e de interesse coletivo. Um exemplo é a destinação de R$ 6 milhões para o Hospital Infantil de Cuiabá. Trata-se de uma unidade que atende pacientes de todo o estado, o que justifica plenamente a destinação coletiva dos recursos. Além disso, é importante lembrar que, enquanto a emenda de bancada no Congresso representa 1% do orçamento federal, em Mato Grosso ela equivale a apenas 0,2%. Defendo que esse percentual seja revisto para que chegue também a 1%, garantindo mais investimentos em projetos estratégicos. Aqui, as bancadas são regionais, não estaduais, o que reforça a necessidade de uma adequação desse modelo.


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