Joanias Ribeiro da Silva foi condenado na última sexta-feira (08) a 31 anos e quatro meses de reclusão pelos crimes de homicídio qualificado da companheira Cristina Pereira dos Santos e ocultação de cadáver, em sessão do Tribunal do Júri na comarca de São José do Rio Claro (a 315 km de Cuiabá). Ele ensacou o corpo da vítima, o colocou no porta-malas de seu carro e o abandonou em uma região de mata.
O promotor de Justiça Luiz Fernando Rossi Pipino foi o responsável pela acusação no julgamento. Ele defendeu a tese de homicídio impulsionado por motivação torpe, mediante meio cruel, com recurso que dificultou a defesa da vítima e por razões da condição de sexo feminino que envolve violência doméstica e familiar (feminicídio).
O Conselho de Sentença reconheceu a materialidade e autoria do réu, e condenou-o conforme argumentação do membro do Ministério Público do Estado de Mato Grosso. Foi estabelecido o regime inicialmente fechado para o cumprimento da pena. Ainda cabe recurso da decisão, porém está mantida a prisão preventiva do réu.
Na sentença, a juíza Cristhiane Trombini Puia Baggio considerou ter sido um “crime bárbaro que causou comoção social e ainda repercute no seio da comunidade com uma força expressiva, conforme a repulsa que as próprias testemunhas deixaram entrever. Violência extremada, em ato de crueldade reconhecido pelo nobre Conselho de Sentença”.
Conforme a denúncia do MPMT, o crime ocorreu em abril de 2015, nas dependências da residência do então casal, na região central da cidade. Joanias Ribeiro da Silva e Cristina Pereira dos Santos viviam em união estável por cerca de dois anos e a relação era bastante conturbada, muito por conta da agressividade e do sentimento egoístico de posse que nutria o denunciado pela vítima.
De acordo com Luiz Fernando Pipino, depois de ter assassinado a companheira, o acusado tentou limpar as manchas e as marcas de sangue derramadas no quarto da residência, ensacou o corpo da vítima, colocou o cadáver no porta-malas de seu veículo e deslocou-se pela estrada que liga São José do Rio Claro ao Assentamento PA Campinas, tendo ocultado o cadáver da ofendida em local de mata fechada. Após, Joanias fugiu e permaneceu foragido da Justiça por mais de dois até ser capturado na cidade de Caarapó-MS.