O delegado Lindomar Tófoli ingressou com mandado de segurança junto à Justiça para retornar à Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) de onde, segundo ele, foi transferido por perseguição política.
Segundo Tófoli, enquanto esteve à frente da delegacia, construiu um histórico bem-sucedido de ações de combate ao crime do colarinho branco.
Tofoli também disse que um dos motivos para a transferência teria sido a não abertura de inquérito para apurar denúncia contra o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro. O prefeito denunciou que o governador Mauro Mendes teria usado a máquina pública para fins políticos e solicitou a abertura de uma investigação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
O presidente da Assembleia, Eduardo Botelho, disse que os delegados serão ouvidos pelos deputados, mas somente no ano que vem, porque a agenda da casa de leis esta lotada. A Associação dos Delegados emitiu nota logo após a transferência onde se solidariza com os delegados. A Polícia Civil disse que não vai se posicionar.
No dia 3 de dezembro, Tófoli foi transferido para a Delegacia Regional de Várzea Grande e, posteriormente, no dia 5 de dezembro, foi lotado na 1ª Delegacia de Polícia do Centro de Várzea Grande e na Central de Ocorrências. Já no dia 12 de dezembro, foi nomeado titular da 3ª Delegacia de Polícia de Várzea Grande.
Conforme a defesa de Tófoli, o documento que determinou a transferência do delegado não traz expresso qual foi o motivo, se limitando a identificar o delegado, sua lotação anterior e a nova lotação, “sem fazer qualquer menção expressa à motivação, nem mesmo referência ou remissão à deliberação do órgão superior, mormente porque essa inexiste 17, malferindo o princípio da motivação dos atos administrativos”.
A defesa do delegado contesta a informação dada pela própria Polícia Civil de que a transferência dos delegados está relacionada à criação da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor). Conforme o diretor-geral da PJC, Mário Dermeval, a nova delegacia diminui as atribuições da Defaz, o que levou à reformulação do quadro de servidores.
Segundo o advogado de Tófoli, no entanto, a Deccor e a Defaz estão sediadas no mesmo imóvel com a utilização do mesmo número de telefone e, por isso, não haveria qualquer necessidade de remoção do delegado.