Regina Botelho Da Redação
Sem solução. Essa é a situação da Escola Estadual José Machado Neves da Costa, no bairro Cohab Nova, em Cuiabá. Desativada há quase quatro anos, o prédio foi fundado em 1973 e o cenário do local é assustador e perigoso. Após fechar suas portas aos estudantes, a escola passou a sofrer depredação ininterrupta, com furto de móveis e fiação elétrica. Nem o portão escapou nesse processo, sendo levado por suspeito de morar na própria Cohab. Livros, cadernos e outros materiais escolares foram espalhados em todos os cômodos. Alguns ainda estão por lá, a maioria sumiu. Em junho deste ano, a Reportagem do Jornal Centro-Oeste Popular esteve no local e constatou o cenário de abandono.
Conforme matéria vinculada na edição 840, após fechar suas portas aos estudantes, a escola passou a sofrer depredação ininterrupta, com furto de móveis e fiação elétrica. Nem o portão escapou nesse processo, sendo levado por suspeito de morar na própria Cohab. Livros, cadernos e outros materiais escolares foram espalhados em todos os cômodos. No mesmo mês, após ouvir a assessoria de Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) , a pasta enviou uma equipe para limpar a escola e amenizar a situação de abandono. A ação conta com a parceria da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), disponibilizou reeducandos do Centro de Ressocialização de Cuiabá para realizar a limpeza. De lá para cá nenhuma ação foi feito no espaço público. Sem solução e sem apoio político, moradores, ex-estudantes e ex-funcionários continuam mobilizados através das redes sociais e no grupo de whatsapp , buscando soluções para mudar a realidade da unidade escolar .
Ex- estudante do Machado Neves Paulo José Siqueira Ribeiro diz que este ano está lutando juntamente com outros moradores para encontrar um desfecho na situação que envolve o Colégio José Machado Neves da Costa. “Temos uma página no Facebook Salvemos o Colégio José Machado Neves da Costa que conta com vídeos e fotos. Mesmo insistindo nas mídias sociais, chamando a atenção dos nossos gestores, mais pouca coisa foi feito”, dispara. Paulo Ribeiro diz que a comunidade do bairro quer que o Governo do Estado, através da pasta defina o que será feito com o que sobrou do colégio. “Se o Governo não tem interesse no local, então que o espaço seja doado a alguma instituição para algo que seja benéfico para a comunidade ou para alguma instituição religiosa ou coisa parecida. O único parlamentar que esteve com o grupo de moradores buscando soluções foi o Xavier e o deputado Paulo Araújo.” Para a moradora do bairro e ex-aluna do colégio Lívia Correa , a situação de abandono da unidade escolar é uma calamidade. “ Precisamos de apoio de todos para tentar recuperar o espaço público de algum forma”. Além do abandono o espaço público se transformou em depósito de lixo doméstico, restos de materiais de construção, descarte de móveis e outros detritos.
Ana Regina Costa está triste devido a essa situação e ressalta que as pessoas que fazem do local um lixão , deveriam ter mais consciência de que o espaço não deve ser usado para esse fim. Dona Maria das Graças Borges mora em uma casa em frente ao prédio abandonado e defende que seja instalada uma creche para atender as mães do bairro e regiões circunvizinhas. “Minha filha tem 42 anos e já nasceu aqui, então tem esse tempo todo que eu moro no bairro, fui uma das fundadoras. A escola era boa meus filhos todos estudaram nela”, lembra. O vereador Dr.Xavier oficializou proposta de cessão do imóvel por meio de comodato à Secretaria Estadual de Educação. A ideia é transformar o espaço depredado num Centro Educacional Infantil. “Nosso empenho é neste sentido: reaproveitar essas instalações para atender a demanda regional no tocante a assistência a crianças.” Durante visita o parlamentar constatou o avançado estado de depredação do imóvel onde funcionava um dos polos de formação educacional mais tradicionais da capital. O parlamentar defende que essa estrutura seja reformada e readequada urgentemente para se transformar num Centro de Educação Infantil, forte demanda assinalada na região, pontuou. “É a proposta pela qual tenho lutado firme junto à Secretaria Estadual de Educação. Os encaminhamentos para oficialização do Termo de Comodado e cessão do imóvel ao futuro CEI já foram feitos. Da forma como está abandonado, o prédio da E.E. José Machado Neves da Costa só serve para abrigar usuários de drogas e marginais. Podemos reverter esse quadro, sim, transformando-o numa unidade de assistência a crianças. No que depender do nosso empenho, isto acontecerá em breve”. A professora aposentada Catarina Botelho, lecionou na unidade escolar e seus filhos estudaram na unidade. Ela lamenta que várias escolas funcionam com sua capacidade máxima e muitas sem vagas e outras funcionando em prédios alugados e em contêineres improvisados. “ Lamentável que uma estrutura dessas está há anos abandonada, se deteriorando e ninguém faz nada para resolver lamenta a educadora.
Entenda o caso
De acordo com informações da Seduc/MT à época do fechamento, em 2015, a escola tinha capacidade para 1.260 alunos, porém somente 500 estudavam, mas nem todos estavam matriculados por serem do Ceja José de Mesquita. Três turmas, com o total de 87 alunos, eram atendidas no local. Contudo, uma destas turmas estava em "terminalidade", ou seja, para 2016, seriam apenas 39 alunos. Com contingente de estudantes considerado pequeno para a estrutura do local e visando a otimização de recursos e de espaços públicos, a Seduc remanejou os alunos para a escola estadual José Barnabé de Mesquita e outras unidades escolares próximas, de acordo com a escolha e concordância de pais e alunos.
Outro lado
Por meio de nota, a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), informou ainda que avaliará opções viáveis para dar utilidade ao prédio que já abrigou a Escola Estadual General José Machado Neves. Ainda conforme a nota, moradores do entorno podem contribuir com o poder público denunciando tanto possíveis invasões, quanto pessoas que jogam lixo e entulho no local. Denúncias podem ser feitas junto à Polícia Militar ou na Ouvidoria (com encaminhamento para a Seplag), por meio dos telefones: 0800-647-1520, ou 162 e também registro peloendereço www.ouvidoria.mt.gov.br/falecidadao (redirecionamento está disponível em todos os sites dos órgãos).