05 de Outubro de 2024

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GERAL Terça-feira, 10 de Setembro de 2024, 08:33 - A | A

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FIAP

Em Cuiabá, CEO global da JBS apresenta propostas para transformar sistemas alimentares globais

Gilberto Tomazoni palestrou na manhã desta segunda-feira (9) durante o Fórum Internacional da Agropecuária

Redação

O CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, apresentou no início desta semana, no Fórum Internacional da Agropecuária (FIAP), em Mato Grosso, um extenso diagnóstico elaborado pela Força-tarefa Sistemas Alimentares Sustentáveis e Agricultura do B20, que traz alternativas para ampliar a produtividade, erradicar a insegurança alimentar e promover a sustentabilidade do setor.

Braço empresarial do G20, o grupo B20 é formado por diversas forças-tarefas, sendo a de Sistemas Alimentares Sustentáveis, liderada por Tomazoni. Durante o Fórum, em Cuiabá, o CEO frisou a importância de discutir a produtividade com sustentabilidade a longo prazo. “Nós podemos avançar com a adoção das melhores práticas. E que essa mudança seja inclusiva, que permita uma produtividade maior e mais resiliente, porque temos de produzir hoje e vamos ter que produzir para 10 anos”, afirmou Tomazoni.

O evento foi promovido em Cuiabá, capital de Mato Grosso, justamente pela importância econômica da região para o agronegócio brasileiro. O estado, por exemplo, lidera o rebanho bovino do país, com 34,2 milhões de cabeças ou 14,6% do total brasileiro, segundo informações do Ministério de Agricultura e Pecuária.

O relatório da força-tarefa, assim como as recomendações do B20, foram entregues ao ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, e ao secretário de Comércio e Relações Internacionais da pasta, Roberto Serroni Perosa, que também participaram do FIAP. Na ocasião, o ministro ressaltou que a sustentabilidade é o caminho irrevogável para a produção de alimentos. Segundo Perosa, as indicações feitas pelos principais executivos de empresas globais de alimentos e insumos agrícolas serão incorporadas às discussões do G20 e entregues aos ministros do Grupo de Trabalho de Agricultura do G20 Brasil na próxima quinta-feira, 12, na etapa final do GT.

Sistemas Alimentares Sustentáveis e Agricultura do B20
Tomazoni informou que o extenso trabalho desta força-tarefa foi desenvolvido durante cinco meses, por 139 pessoas, de 22 países, sendo 14 do setor de alimentos, além da agricultura.

Esse estudo será debatido em uma reunião com ministros do setor de outros países que integram o G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, que representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, além de 75% do comércio e cerca de dois terços da população.

O encontro acontece entre os dias 12 e 13 de setembro, em um dos principais destinos turísticos de Mato Grosso, a Chapada dos Guimarães.

Soluções sustentáveis

Durante o FIAP, em Cuiabá, Tomazoni adiantou que o estudo prevê que é possível aprimorar os sistemas alimentares de forma sustentável, ampliando a produtividade e, desta forma, erradicando a fome e melhorando a qualidade de vida das pessoas. “Só vamos conseguir alimentar o mundo se aumentarmos a produtividade”, afirmou.

De acordo com o CEO, o sistema acelerado de ganho de produtividade trouxe grandes desafios para o setor econômico, principalmente três, sendo eles, as práticas sustentáveis, a garantia de melhores condições de vida para as pessoas empregadas, e por fim, a segurança alimentar da população como um todo. “Esses três desafios interagem entre si. Por isso, se conseguirmos transformar esse sistema, ele será um grande pilar para gerarmos muito mais equidade”, frisou.

O estudo, segundo Tomazoni, alertou para a necessidade de investimento em produtividade, acesso à inovação e tecnologia disponível a todos os participantes dos sistemas alimentares. “Aumentamos a produtividade com adoção das melhores práticas ambientais e sustentáveis, além de assistência técnica para que essa mudança seja inclusiva”.

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Por fim, o CEO destacou que a barreira econômica desafia o setor, principalmente no que diz respeito a investimentos no clima, que estão em torno de 4% nos sistemas alimentares e para a agricultura.

“Temos um grande desafio das mudanças ambientais e a agricultura tem grande potencial de poder capturar o carbono. Porém, só 4% dos investimentos climáticos vão para a agricultura. E, para fazer uma transformação dessa, pelos nossos cálculos, é preciso algo em torno de US$300 bilhões a US$350 bilhões”, indicou Tomazoni.

Para isso, é preciso uma atuação em conjunto. “Não dá para ficar pensando em fronteiras. As mudanças climáticas não reconhecem os limites entre os países. Esse é um tema urgente que demanda a união de todos”, disse Tomazoni.

Atualmente, o setor de alimentação emprega 35% da população, o que representa 10% do PIB e alimenta 8 bilhões de pessoas do mundo.


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