De um único ingrediente, nascem mil delícias. Mas antes de chegar às mesas em forma de queijos, iogurtes, manteigas, doces e bebidas, o leite passa por uma jornada que começa no coração das propriedades rurais de Mato Grosso. É ali, com dedicação e responsabilidade, que centenas de produtores, em sua maioria da agricultura familiar, garantem não só a nutrição diária de milhares de pessoas, mas também a sustentabilidade de uma cadeia produtiva essencial para o Estado.
Com mais de 455 milhões de litros de leite produzidos em 2023, Mato Grosso ocupa atualmente o 13º lugar no ranking nacional, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). A produção, no entanto, é marcada por diversidade geográfica, cultural e produtiva. Regiões como Oeste, Norte, Centro-Sul e Sudeste se destacam por suas cooperativas tradicionais, algumas com quase meio século de história. Já as regiões Noroeste e Nordeste ganham força com a atuação de novas empresas e tecnologias no campo.
Na base da produção, estão sobretudo os pequenos produtores familiares, guardiões de um conhecimento que atravessa gerações. “Produzir leite é um compromisso com a saúde, com a alimentação e com o bem-estar da população. Temos orgulho de oferecer um alimento que está presente no dia a dia de todos os mato-grossenses”, afirma Dolor Vilela, produtor e presidente da Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (MT Leite).
Qualidade e desafios
Para garantir a qualidade do leite mato-grossense, os produtores seguem rigorosamente as Instruções Normativas 76 e 77 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Mas o trabalho não se limita à ordenha. “Mesmo sem um corpo técnico próprio, incentivamos [MT Leite] a constantemente a capacitação por meio de instituições como SENAR, SEBRAE e EMPAER, além de realizarmos palestras e orientações sobre boas práticas e gestão de propriedades”, explica o presidente.
O setor, no entanto, enfrenta desafios cada vez mais complexos: aumento do custo de produção, dificuldades de crédito, escassez de mão de obra qualificada, além do envelhecimento dos produtores e da falta de sucessão no campo. Ainda assim, a esperança e a força do produtor persistem. A MT Leite tem investido em ações para fortalecer a cadeia produtiva, como campanhas de valorização do consumo de leite e articulação com instituições públicas e privadas. Recentemente, a estratégia foi a mudança do nome da associação de Aproleite para MT Leite. Com a mesma essência, a entidade trabalha para garantir a competitividade e valorização da pecuária leiteira.
“O leite é muito mais do que um alimento. Ele representa história, cuidado, tradição e inovação. É um ingrediente simples, mas que dá origem a mil sabores, a mil momentos, a mil delícias. Queremos que o consumidor reconheça o valor de um produto feito com tanto cuidado. O leite é simples, mas dele nascem mil possibilidades", conclui Dolor, em sintonia com a campanha institucional da associação: "De um só ingrediente, nascem mil delícias".
Dia Mundial do Leite
Celebrado em 1º de junho, o Dia Mundial do Leite é uma data criada pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) para reconhecer a importância nutricional, social e econômica desse alimento. Em Mato Grosso, a data reforça o papel fundamental dos produtores e da cadeia leiteira no desenvolvimento do estado e na alimentação de milhares de famílias. “É uma oportunidade de valorizarmos quem está no campo e de lembrarmos que o leite é mais do que um produto — é fonte de saúde, afeto e sustento para muita gente”, destaca Dolor Vilela.