Do início das campanhas eleitorais até a posse do novo prefeito que vai administrar a cidade de Cuiabá em janeiro de 2021, os eleitores possuem uma lista grande de demandas que esperam ser concretizadas pelo próximo administrador do Executivo.
A pauta de necessidades dos eleitores é imensa, pois somou-se aos problemas tradicionais todos os novos dilemas causados pela pandemia. Para saber mais, o Jornal Centro-Oeste Popular foi às ruas e falou com alguns moradores e comerciantes para entender melhor quais são as expectativas da população em relação ao próximo prefeito.
A vendedora Daiane dos Santos, 33 anos, moradora do Três Barras, falou sobre a necessidade da continuidade da revitalização de praças nos bairros da cidade em prol das opções de lazer na cidade. “Todos os passeios que eu até então costumava fazer com mais frequência, antes da pandemia, sempre precisava sair do bairro e me deslocar para outras regiões da cidade, porque aqui no bairro não temos opções do que fazer. Então, espero que o próximo prefeito construa algo nesse sentido que nos faça sentir vontade de passear no nosso próprio bairro”, afirmou Daiane.
Para a dona de casa Marta Angélica Medeiros, moradora da Carumbé, o prefeito deve olhar com atenção todos os bairros da cidade. Na opinião da moradora, a gestão não pode esquecer dos bairros mais periféricos. Para o funcionário público José Roberto, o prefeito deve resolver de imediato o problema dos moradores de rua. “Em vários pontos principalmente na região central existem muitos usuários de drogas, jovens usando droga nas praças”, afirma.
O pedreiro aposentado Hélio Vieira espera que o prefeito invista na área da habitação.
“É início ainda e estou animado com a mudança, mas é preciso construir casa para quem precisa. Ele deve buscar parcerias com os governos estadual e federal e ceder mais espaços para a construção de novas moradias”, cobra.
Para a vendedora ambulante Forline Lafleur, do Novo Paraíso além da melhoria na saúde nos postos de atendimento o transporte coletivo é caótica. “Não tem lugar para sentar, os veículos andam superlotados, pouca frota. É preciso que o novo gestor olhe com carinho e atenção para o sistema”.
Irene Freitas do Santa Isabel espera que o novo gestor continue o trabalho que Emanuel Pinheiro está fazendo no município. “Quero uma cidade melhor e que todas as ações e projetos realizados por Pinheiro seja continuado”.
O aposentado Benedito Siqueira do Dom Aquino espera que independente do resultado que o novo gestor trabalhe com vontade e melhore o sistema do transporte coletivo e que conheça verdadeiramente a realidade da população.
“O novo prefeito precisa buscar soluções para a cidade desenvolver mais. Vivemos numa cidade que é grande. Oferecer mais opções de emprego para que os jovens possam continuar trabalhando na cidade”, conclui.
Desafios
Para o presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) Neurilan Fraga, os prefeitos reeleitos e também os novos eleitos de Mato Grosso terão pela frente muitos desafios na gestão das áreas de saúde, educação, social e infraestrutura nos municípios.
Ele frisa que são setores estratégicos para a administração municipal, que concentra diversas atribuições e exige extrema responsabilidade para atender as demandas locais e principalmente a expectativa dos cidadãos, que certamente vão cobrar o cumprimento das metas de cada gestor.
“Soma-se a todas essas demandas o contexto da pandemia que surpreendeu a todos em 2020 e pode ainda repercutir na sociedade no próximo ano. O retorno das atividades escolares presenciais, que é uma das preocupações dos gestores, está previsto para fevereiro. Para viabilizar o retorno seguro dos alunos, os prefeitos terão de garantir a melhoria das escolas e o transporte escolar, sendo que a frota de ônibus necessita de um reforço financeiro. Na área da saúde os prefeitos também terão enormes desafios para garantir estruturas de atendimento, principalmente à população mais vulnerável. A pandemia persiste e continua fazendo vítimas. Até a vacina alcançar de fato toda a população, os gestores também serão cobrados e terão que agir de modo a evitar a disseminação da doença”.