Mais de 30 mil mudas de café clonal já foram entregues para agricultores familiares do município de Sinop (550 km ao Norte). As mudas estão sendo produzidas nos Centros de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (CPTT) da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) dos municípios de Sinop e Cáceres, e no Campo Experimental de Tangará da Serra.A previsão é repassar 200 mil mudas de café até o mês de fevereiro de 2021 para os produtores do Norte do Estado, Oeste e Baixada Cuiabana.
Essas mudas fazem parte do Programa Mato Grosso Produtivo-Café do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) e a Empaer, com apoio das prefeituras. A implantação da produção de café clonal é uma técnica desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) do Estado de Rondônia. O projeto tem como objetivo principal fomentar e fortalecer a cadeia produtiva do café no estado, como alternativa sustentável de geração de renda para conter o desmatamento nos municípios.
O coordenador do CPTT de Sinop, Wanderley da Conceição Araújo, fala que a essa é primeira etapa da produção de mudas e a previsão é produzir 150 mil mudas. Até o momento já foram produzidas mais de 77 mil mudas de café clonal. Ele explica que as mudas estarão prontas para o plantio nos meses de fevereiro e março.“Nesse período não pode faltar água, o controle com a irrigação tem que ser diário, o ambiente de crescimento da muda precisa ter em torno de 80% a 90% de umidade, condição ideal para o enraizamento e desenvolvimento das mudas”, esclarece.
A cafeicultura está sendo resgatada como uma alternativa sustentável e como fonte de renda para os agricultores familiares. De acordo com Wanderley, já foram entregues 30 mil mudas de café clonal para produtores cadastrados dos municípios de Sinop, Feliz Natal e Cláudia. Cada produtor recebeu 3.300 mudas para o plantio numa área de um hectare.A maior exigência para o cultivo dessas mudas é a instalação de um sistema de irrigação na área com o plantio do café, mão-de-obra familiar na condução da lavoura e a assistência técnica realizada pelos extensionistas da Empaer.
O coordenador do Centro de Pesquisa de Cáceres, Marivaldo dos Reis Lima, fala que serão produzidas 65 mil mudas de café, sendo que 42 mil mudas serão repassadas para agricultores de oito municípios da Região Oeste e 23 mil mudas para os produtores do Vale do Rio Cuiabá. Ele destaca que essa é a primeira etapa da produção de mudas e que o viveiro tem capacidade para produzir 150 mil mudas.
Os viveiros estão cultivando cinco variedades de café clonal oriundas da Embrapa. Marivaldo relata que a produtividade média do café no Estado era em torno de até 20 sacas de café por hectare. Com o plantio do café clonal a expectativa é atingir uma produtividade de 100 sacas/hectare.“O mais importante dessa tecnologia é que a muda de café pode ser cultivada em qualquer época do ano devido a utilização da irrigação para o cultivo”, explica.
O supervisor do Campo Experimental de Tangará da Serra, Welington Procópio, comenta que serão produzidas 60 mil mudas para atender os agricultores de Nova Olímpia, Barra do Bugres, Porto Estrela e Diamantino. O excedente das mudas será distribuído para produtores interessados em realizar o cultivo de café clonal. Com o plantio, a expectativa é atingir uma produtividade superior a 100 sacas/hectare.