Neste último domingo (29), a cantora natural de Rondonópolis-MT, Pacha Ana postou em suas redes sociais o momento em que recebeu o título na categoria Melhor Artista de Hip Hop Feminino do Brasil, no prêmio `Profissionais da Música`, realizado em Brasília.
Durante anos de carreira e em busca de fazer algo diferente, em 2018, gravou o seu primeiro album de Rap, Omo Oyá. Em 2020, seu trabalho foi selecionado pelo projeto Itaú Cultural, sendo a única contemplada do Estado, entre mais de 12 mil inscritos do país. Já no ano de 2024, a artista embarcou em uma turnê pela Europa, apresentando sua música em cidades de Portugal e ampliando a visibilidade de sua arte em outros territórios com os álbuns já lançados.
Com a discografia marcada por identidade, ancestralidade e resistência, a rapper possui outros álbuns, sendo eles, Suor e Melanina (2021) e o mais recente, Motumbá (2023), reafirmando o compromisso com a cultura preta e com as narrativas que emergem das periferias brasileiras.
Além disso, Ana foi tricampeã de poesia no campeonato estadual e, por quatro vezes, representou o estado de Mato Grosso no campeonato nacional de poesia falada, durante o torneio Slam BR.
A artista reafirma sua trajetória com força e representatividade no cenário nacional. O Prêmio Profissionais da Música é um dos mais relevantes do país e, por isso, também um importante marco na carreira da cantora.
Pacha Ana traz em suas composições temáticas que transitam entre causas sociais, política, amor e espiritualidade, além da forte ligação à sua religião de matriz africana. Com voz potente e lírica afiada, tem se destacado nos últimos anos com literatura periférica, entre os concursos e batalhas de rima como Slam, tanto em Mato Grosso quanto em outras regiões do país.
"Fazemos arte fora do eixo, sentimos o peso de não produzirmos nos grandes centros. Nossas músicas e nossas expressões culturais ainda pulsam como em qualquer outro lugar, porém, é preciso que olhem pra nós, que enxerguem o que estamos produzindo aqui em Mato Grosso", comenta Pacha.
A rapper ainda reforça que driblar o machismo estrutural e o patriarcal que ainda gira a engrenagem do movimento são alguns dos desafios para ser uma mulher de destaque na música, além de enfrentar barreiras de outros gêneros musicais mais comuns no Estado, como sertanejo.