Após a repercussão negativa da entrevista dada a Mônica Salgado em uma rádio, Leticia Spiller usou o seu Instagram para dizer que jamais apoiaria alguém que cometa assédio ou abuso. Leia o desabafo dela na íntegra:
"Gente, preciso vir aqui conversar com vocês. Ontem concedi uma entrevista a uma rádio e preciso esclarecer algumas coisas que são muito graves para mim. Em nenhum momento da minha vida eu apoiei ou apoiaria alguém que cometa atos de assédio, de abuso. E, na dúvida, o meu instinto me leva a acreditar na palavra da vítima, logo de cara. Especialmente se for uma mulher.
Eu acredito e pratico o pensamento de que toda e qualquer vítima precisar ser ouvida, acolhida e respeitada.
Jamais atacaria Dani Calabresa. Jamais colocaria em dúvida os seus relatos, o que ela passou. Se, por algum momento deixei essa impressão, preciso me desculpar! E estou aqui pedindo DESCULPAS. Desculpas ao público que me acompanha, aos meus colegas de trabalhos, às mulheres, às pessoas que passaram por casos de abuso ou assédio. Desculpas à Dani e a todos os envolvidos neste caso, em especial. Eu preciso me expressar aqui de uma maneira que deixe claro o meu posicionamento em relação a esse assunto. E é isso que estou fazendo neste momento.
A gente nunca sabe como vai reagir em determinadas situações extremas. Durante a entrevista, eu disse como eu achava que talvez pudesse me comportar. Mas cada um tem seus motivos e seu tempo para se manter calado ou denunciar. E isso não tira - ou não deve tirar - a culpa de seu agressor.
Sobre o meu comentário em relação a Marcius Melhem, eu o conheci na adolescência. É sobre aquele Marcius que falei. Não temos contato há anos. Assim como muitas pessoas ficaram chocadas com esses relatos, porque são de revirar o estômago, eu também fiquei. E eu espero que todos tenham ficado também, porque são situações de muito sofrimento para as vítimas. E isso tudo só reforça uma dura realidade. O que a gente mais escuta é que agressor não tem cara, não tem rótulo. Aquela pessoa que está ao seu lado, bem-humorada e educada, com sorriso largo e boa conversa, pode ser a pessoa que está fazendo da vida de alguém um inferno. Por isso também que as vítimas se sentem acuadas e com medo de fazer as denúncias. Mais do que nunca, quem está do lado de fora, precisa lutar e criar uma rede de apoio para que as vítimas se fortaleçam, se encorajem. Isso afirmo e reitero".