O primeiro campeonato oficial voltado para equipes de cheerleading - líderes de torcida - e baterias ligadas a universidades, em Mato Grosso, deve acontecer no sábado (26), às 15h, no Ginásio Aecim Tocantins, em Cuiabá.
A entrada para o Cheersteria Competition é gratuita e aberta ao público.
Com mais de dez equipes inscritas, o evento tem o objetivo de incentivar o crescimento das modalidades no estado e arrecadar doações de alimentos para famílias carentes.
Os alimentos serão coletados pelos atletas, mas a organização também recolherá doações das pessoas que quiserem contribuir com a causa.
A competição é promovida por uma empresa privada e tem o apoio da Secretaria Estadual de Cultura, Esporte e Lazer (Secel). Elas vão decidir, em conjunto, o destino das doações arrecadadas.
Segundo Igor Bambu, sócio fundador da empresa e um dos produtores do campeonato, por reunir muitos atletas, o evento deve ajudar as equipes a participar também dessa ação de arrecadação que pode beneficiar quem precisa.
A programação do evento iniciará com a apresentação das equipes das baterias, seguida das equipes de cheerleading.
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Evento será no próximo sábado — Foto: Divulgação
As premiações acontecerão por níveis - 1 e 2 - na categoria Team Cheer em que um grupo de cinco ou mais fazem uma coreografia, denominada Rotina.
As equipes serão julgadas conforme o grau de dificuldade, criatividade e execução técnica das coreografias.
“A competição serve para aumentar o nível dos times. Será uma oportunidade para os times mostrarem o trabalho que já têm desenvolvido há algum tempo. Ter a primeira (competição) de Mato Grosso será apenas o estopim para o crescimento do esporte no estado. Todos querem dar o seu melhor”, explica Kerley Olmedo, treinadora de oito equipes de cheerleading, sendo sete delas de Cuiabá e outra seleção da UFMT.
De acordo com Allan Kardec, secretário de Esportes, a instituição liberou o uso do ginásio por ser um espaço preparado para uma competição desse tipo. “São atividades universitárias que unem a prática esportiva a belos espetáculos que toda a população pode prestigiar”, declarou.
Cheerleading em Mato Grosso
O Cheerleading - nome em inglês para a prática de animar torcida - é uma modalidade que envolve habilidades físicas, a flexibilidade, a experiência em grupo e a prática em esportes relacionados com a ginástica.
Trata-se de um esporte inclusivo, que necessita de pessoas de todos os tipos e tamanhos.
Apesar do aumento da prática no estado nos últimos anos, a modalidade ainda carece do incentivo de empresas ou investimento do poder público, muitas vezes até mesmo das universidades que representam, segundo os participantes.
Por conta disso, continuadamente as equipes arcam com as despesas do próprio bolso ou por meio de campanhas.
Para financiar passagens e hospedagens para participar de competições, por exemplo, muitas equipes pedem doações online, vendem rifas, algumas até fazem apresentações nas ruas para conseguirem a arrecadar o necessário.
Essa falta de estímulo reflete nas condições de treinos das equipes, que constantemente ficam sem ter um local adequado para treinamento e não possuem todos os equipamentos necessários, até mesmo para a segurança dos atletas.
“É um esporte de muito contato, intenso esforço físico e muitas vezes arriscado por conta das acrobacias em que pessoas são arremessadas para o alto, etc”, explica Emanuelle Valverde, atleta e diretora geral das Hellangels - equipe cheerleader do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campeã nacional de 2018 na categoria Team Cheer, nível 1, e premiada em mais outras quatro categorias.
Na avaliação dela e da treinadora Kerley Olmedo, a realização de eventos que envolvem a modalidade são importantes para aumentar a visibilidade do esporte e quebrar possíveis pré-conceitos que ainda existem com relação ao esporte.
O aumento da visibilidade do esporte não só forneceria suporte aos atletas como também serviria de estímulo aos profissionais especializados neste esporte.
“Sinto que estamos tirando aquela visão das pessoas de ser apenas uma apresentação fofinha como nos filmes e mostrando que é real e desafiador, exige esforço e disposição”, conclui a atleta.