03 de Dezembro de 2024

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POLÍTICA Sexta-feira, 29 de Novembro de 2019, 10:53 - A | A

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Vereadores negam complô e lamentam "denúncia covarde" em Cuiabá

FOLHA MAX

Vereadores citados pela servidora contratada do Hospital São Benedito Elizabete Maria de Almeida reagiram com indignação durante a sessão da Câmara de Cuiabá nesta quinta-feira (28). De acordo com o depoimento da servidora, prestado na Comissão de Ética na última terça-feira (26), alguns vereadores teriam participado de uma reunião na quinta-feira passada (21) na casa do vereador Juca do Guaraná Filho (Avante) para articularem a cassação do vereador Abílio Júnior por quebra de decoro parlamentar.

Tanto o prefeito, como os vereadores, negaram a acusação. Por meio de sua assessoria, o prefeito Emanuel Pinheiro confirmou que esteve em um jantar na casa do vereador Juca do Guaraná Filho. Segundo Emanuel, cabe à servidora provar o que ela falou.

Para apurar a denúncia, os membros da Comissão de Ética da Câmara, vereadores Toninho de Souza (presidente), Ricardo Saad (relator) e Vinicius Hugueney entregaram na manhã de quarta-feira (27) ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) cópia do depoimento e um DVD e pediram que o órgão investigue o caso. Na mesma manhã, a servidora, acompanhada do vereador Abílio Júnior, esteve na Defaz (Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública) registrou um boletim de ocorrência e uma investigação foi aberta para apurar a denúncia. 

Juca do Guaraná Filho, dono da residência no Condomínio Belvedere, acusou Abílio Júnior de estar por trás das noticias classificadas por ele como “mentirosas”. “A única certeza que eu tenho, vou provar que você está com mentira, com covardia. Você desonrou minha casa, que é asilo inviolável”, disse o vereador em manifestação na tribuna.

Juca disse, ainda, que vai pedir ao síndico do Condomínio Belvedere que informe em 24 horas a relação das pessoas que estiveram em sua casa entre 20 horas do dia 21 de novembro e 8 horas do dia 22 “com detalhamento de horário de entrada e saúde de cada visitante” e também as imagens da câmera de gravação em frente à residência.

Abílio rebateu e disse que a servidora esteve na Comissão de Ética como testemunha de acusação arrolada pelo autor de seu pedido de cassação, o ex-vereador Oseas Machado. “Ela fez um boletim de ocorrência contra mim e na oitiva falou em fraude no processo, em coação de testemunhas e fatos envolvendo membros. Quem falou foi a Elisabete, quem tem que provar é ela”, disse o vereador.

Na Defaz, segundo Abílio, o delegado que tomou o depoimento da servidora, disse que se ela não provasse o que estava relatando, poderia até responder a um processo na Justiça e a mulher disse que tem como provar tudo o que vem afirmando. Segundo Abílio, a servidora também disse que registrou o boletim de ocorrência contra ele e também foi à CPI pressionada por Oseas Machado, que era o diretor do Hospital São Benedito em setembro do ano passado, quando Abílio foi fazer uma fiscalização no hospital na condição de presidente da CPI da Saúde, o que foi um dos motivos que levou a representação de Oseas contra o vereador, sob o argumento que ele teria “invadido” o hospital e mexido em armários e gavetas. 

Pelo relato da servidora, ela teria ido à casa de Juca do Guaraná, onde acontecia uma confraternização, acompanhando sua chefe no Hospital São Benedito e lá teria testemunhado a articulação que visava à cassação de Abílio. Ela teria entregado à polícia fotos e vídeos feitos no local, o que comprovaria sua denúncia. 

Durante a sessão, o vereador Adevair Cabral, citado pela servidora como estando presente na residência, negou ter estado no local. “Infelizmente você não me convidou para ir à sua casa, se não eu teria ido”, disse ele a Juca do Guaraná, se solidarizando com o vereador.

O líder do prefeito na Câmara, Luís Cláudio, ironizou o fato de não ter seu nome citado pela servidora, já que ele confirmou que esteve presente no jantar de confraternização na casa de Juca do Guaraná. “Eu estava na casa de Juca do Guaraná, nem sei quem é essa senhora e ela não citou meu nome. Talvez eu não seja conhecido o suficiente”, disse.

Ele garantiu, também, que embora tenha sido citado pela servidora, o ex-vereador Oseas Machado não esteva presenta na residência.  “Oseas não estava lá, ela deve ter confundido”.

Luiz Cláudio também revelou sua preocupação pelo que está acontecendo, com situações “jogadas para a imprensa”, quando deveriam ser tratadas dentro do processo de cassação de Abílio Júnior. Para ele, Abílio está adotando uma estratégia errada, a de desqualificar membros da Comissão de Ética e outros vereadores para tentar construir sua defesa. 

O relator da Comissão de Ética, Ricardo Saad, confirmou que esteve na residência, mas ele foi lá juntamente com Luis Cláudio a convite de Juca do Guaraná. Mais tarde, segundo Saad, chegou Chico 2000 e também o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), com quem conversou assuntos ligados à saúde. “Ficamos até por volta da 1 hora da madrugada e não vi nada de diferente, ninguém falou no nome de Abílio. Não vi a senhora que prestou o depoimento”, disse Saad. 

OITIVAS PRORROGADAS

O presidente da Comissão de Ética, Toninho Souza (PSD), prorrogou por mais três dias o prazo para as oitivas de testemunhas. O prazo que terminaria nesta sexta para Abílio apresentar testemunhas em sua defesa foi estendido, atendendo a seu pedido, para segunda, terça e quarta da próxima semana.

Toninho também entregou para Abílio nesta manhã cópia do DVD com os depoimentos das oitivas. “Não há cerceamento da defesa. Estamos apurando o processo dentro da Comissão de Ética e temos certeza que estamos agindo com imparcialidade”, disse o presidente da Comissão.

Sobre o encaminhamento da denúncia feito pela servidora ao Gaeco. “Tenho a responsabilidade que estamos tocando o processo com a devida atenção sem cometer erros e cercear a defesa de ninguém”, afirmou Toninho de Souza.

 

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