O deputado estadualLúdio Cabral (PT) está tão avesso a qualquer ideia de ser o candidato da legenda à Prefeitura de Cuiabá em 2020 que chegou a declarar que nem mesmo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o conseguirá convencer a encarar uma batalha na eleição municipal do ano que vem contra o atual prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) mais o grupo do governador Mauro Mendes e dos irmãos (senador) Jayme e Júlio Campos (DEM). “Eu não vou ser candidato não. Já tenho isso bem amadurecido, e é decisão bem decidida mesmo. Não há Lula que mude minha decisão”, avisou, durante conversa com o ex-senador Antero Paes de Barros, em programa da Rádio 101,9 FM na quinta-feira.
O médico admitiu também que faz parte da tática da legenda a filiação do ex-juiz federal Julier Sebastião, ocorrida na segunda-feira (25). "Vamos apresentá-lo como alternativa na disputa pela Prefeitura de Cuiabá. Esse é o esforço que vamos buscar”, contou.
Essa tática teria sido criada para firmar inicialmente não o nome de Julier, mas um arco de alianças construído com solidez junto a partidos de esquerda e centro-esquerda. A partir daí, segundo o petista, criar um programa de governo progressista primeiro e só a partir daí definir todos os nomes da chapa.
O parlamentar elenca ao menos outros três pré-candidatos para formar o grupo que representaria uma terceira via na disputa do Alencastro. “Temos bons nomes. O PDT tem o Fabrício [Carvalho, maestro da Orquestra Sinfônica da UFMT], o PCdoB tem a Maria Lúcia [Cavalli Neder, ex-reitora da UFMT], o PROS tem a Gisela [Simona, superintendente do Procon]. Queremos dialogar com o PSOL, que a nível nacional tem buscado diálogo pra composição dessa frente e no Rio de Janeiro muito provavelmente Marcelo Freixo será o candidato a prefeito com o apoio do PT, pelas esquerdas”, explicitou.
Conforme ele, a partir de uma construção democrática a intenção é construir o tal programa de governo de esquerda/centro-esquerda e somente lá adiante — dentro do prazo legal definido pela legislação eleitoral — definir o nome. “Cada partido tem uma dinâmica, o PT tem a sua e vamos apresentar o nome do Julier, mas sem qualquer tipo de imposição de nome para a disputa da Prefeitura. Vamos apresentar uma chapa para disputar a eleição e polarizar, de certa forma, com os dois projetos, que são o do Emanuel (Pinheiro, prefeito) e do candidato que o Mauro Mendes for apresentar”, reforçou Lúdio.
Ao final, ele preferiu descontrair o tema “Lula, eleições municipais, pressão do partido e da população” afirmando que a direção nacional do partido partiu para cima dele — eleito com consideráveis 22.701 votos — para tentar convencê-lo a ser candidato. “Brinco que em São Paulo eu corria do Lula para impedir que ele me pedisse pra ser candidato a prefeito aqui em Cuiabá porque tenho isso bem definido e decidido”.