As eleições suplementares que vão escolher o novo senador por Mato Grosso ainda não têm data para acontecer, mas as articulações em torno da vaga da senadora cassada Selma Arruda (Pode) começaram muito antes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar a perda do mandato da juíza aposentada, no julgamento que ocorreu na ultima terça-feira (10). Até o momento, mais de dez autoridades políticas já iniciaram movimentação nos bastidores para definir candidatura.
Saiba quem são os principais cotados à vaga de Selma, até o momento:
Adilton Sachetti (PRB) concorreu ao Senado nas eleições do ano passado, mas ficou em 4º lugar, com 333.082 votos. Ele está fora da política desde então, quando terminou seu mandato de deputado federal. Adilton é formado em arquitetura, mas vive do agronegócio. Ele já foi prefeito de Rondonópolis e exerce forte influência na região. Sachetti é do grupo de dissidentes do PSB – ao qual pertencia o governador Mauro Mendes (DEM) -, que deixou a sigla após contrariar orientação partidária para votar a favor de pautas do Governo de Michel Temer (MDB).
Antonio Galvan é uma das novidades que surgiram em meio à especulação em torno da vaga de Selma. O produtor rural é presidente da Aprosoja Mato Grosso e vice-presidente da Aprosoja Brasil e, embora desconhecido na política, tem destaque na atuação da classe produtora em Mato Grosso e em todo país. Fontes afirmam que o produtor já tem apoio em pelo menos 60 municípios de Mato Grosso caso decida concorrer ao cargo.
Blairo Maggi (PP) é ex-governador de Mato Grosso, ex-senador e ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. É um dos maiores empresários do mundo e um dos políticos com maior influência em Mato Grosso na atualidade. Seu grupo tem se reunido com freqüência em busca de um nome que seja consenso para representar o agronegócio nas eleições suplementares do ano que vem. Blairo, por sua vez, já garantiu que não tem pretensão alguma de voltar para a vida pública. Quem o quer na vaga de Selma, porém, aposta no “fator surpresa”, como já ocorreu em outras vezes em que Blairro disse que não seria candidato, mas decidiu entrar na disputa no fim das contas.
Carlos Fávaro (PSD) também concorreu ao Senado em 2018. Ficou em 3º lugar, com 434.972 votos. Ele foi o responsável por provocar o processo que resultou na cassação de Selma. Na ação, ele pedia ainda sua diplomação automática no cargo. No entanto, o TSE decidiu, nos termos do voto do relator do caso, ministro Og Fernandes, que a Constituição Federal determina uma nova eleição para senador, caso o cargo fique vago, sem suplente para substituir o titular, e faltem mais de 15 meses para o término do mandato. Fávaro foi vice-governador na gestão de Pedro Taques (PSDB), mas rompeu com o tucano próximo do fim do mandato e assumiu postura de oposição no grupo do atual governador, Mauro Mendes.
Cidinho Santos (PL) é ex-senador e tido como “plano B” caso Blairo Maggi descarte concorrer à vaga de Selma. Ao Olhar Direto, há pouco dias, o empresário afirmou que não iria discutir o assunto até que o TSE confirmasse a cassação da então parlamentar. Mas, admitiu que caso a vaga estivesse realmente aberta, poderia pensar sobre o assunto.
Eduardo Botelho (DEM) é presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e exerce atualmente seu segundo mandato como deputado estadual. É um dos nomes considerados mais fortes para concorrer ao Senado na vaga de Selma, mas já disse em entrevistas que analisa outras possibilidades, como a de assumir uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado (TCE), ou concorrer à Prefeitura de Várzea Grande.
Maria Lúcia Cavalli Neder (PC do B) também concorreu ao Senado em 2018. A ex-reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) ficou em sétimo lugar, com 172.259 votos. Doutora em Educação, ela possui influência na área e mantém bom relacionamento com partidos de esquerda no Estado, que já ensejaram seu nome à vaga de Selma.