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POLÍTICA Quarta-feira, 16 de Dezembro de 2020, 14:58 - A | A

Quarta-feira, 16 de Dezembro de 2020, 14h:58 - A | A

DERROTA NAS URNAS

Misael Galvão encerra mandato de forma melancólica

Vereador tem atuação decepcionante na Presidência da Câmara, abandona as bases e foi acusado de compra de votos na véspera do pleito eleitoral, o que explica a derrota nas urnas

Redação

Derrotado nas urnas, o vereador e presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, Misael Galvão, encerra o mandato de forma melancólica, não conseguindo cumprir a promessa de retomar a credibilidade do Legislativo cuiabano. Ele era tido como favorito na disputa, já se considerava reeleito, mas as urnas comprovaram que o seu trabalho parlamentar não foi aprovado pelo eleitorado.

A possibilidade de fracasso na busca pela reeleição já havia sido alertada pelo CO Popular, que em algumas reportagens demonstrou que o comando da Mesa Diretora estava voltado para beneficiar os colegas edis, em detrimento da população.

Além disso, o abandono das bases fez com que perdesse a confiança do eleitorado, abrindo espaço para novos nomes, somado a denúncias, na véspera da eleição, de possível compra de votos, com vídeos circulando em grupos de WhatsApp e redes sociais mostrando supostos funcionários do seu gabinete negociando vantagens como dinheiro e combustível em troca de voto.

A não reeleição parece não ter ensinado nada a Misael. O exemplo é de que no último mês de seu mandato, o presidente da Câmara de Cuiabá assinou um contrato com a empresa Ágape Assessoria e Consultoria LTDA., no valor de R$ 393,6 mil.

Segundo o contrato, a empresa irá prestar serviços de modernização e gerenciamento eletrônico do legislativo. O contrato foi assinado no dia 3 de dezembro e circulou no Diário de Contas desta quarta-feira (9). Terá vigência de 12 meses, a partir da assinatura do contrato.

A contratação da empresa poderia ficar por conta da nova legislatura, levantando questionamentos quanto a idoneidade da contratação feita no apagar das luzes do mandato parlamentar.

Isso é só um exemplo de como Misael comanda o Legislativo cuiabano. O CO Popular sempre apontou práticas nada republicanas do vereador à frente da Mesa Diretora, como a insistência em conceder o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) de 4,3% aos servidores efetivos do Legislativo Municipal. Por determinação do Tribunal de Contas do Estado, atendendo a um pedido do Ministério Público de Contas, o pagamento foi suspenso.

O MPC apontou inúmeras irregularidades no projeto que concedeu o reajuste aos servidores efetivos do órgão, entre elas a falta de consideração ao previsto na Lei Complementar 173/2020 que proíbe o aumento de gastos com pessoal durante a pandemia do novo coronavírus.

A declaração de bens junto à Justiça Eleitoral demonstrou que o mandato parlamentar fez muito bem a Misael. Ele teve em quatro anos o valor aumentado em dez vezes, se comparada a quantia atestada quando foi eleito, em 2016.

Na ocasião, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Misael declarou ter apenas R$ 37,4 mil, sendo que agora, declarou  à Justiça Eleitoral ter R$ 386,9 mil em bens.

Chama a atenção que Misael declarou possuir apenas R$ 1,00 depositado numa conta bancária do Banco do Brasil e outros R$ 250 mil que estão “em poder do declarante”, ou seja, o nobre vereador tem R$ 250 mil em espécie.

Misael ainda declarou que manteve os dois veículos que já haviam sido informados nas eleições municipais de 2016: um Gol ano 2010, avaliado em R$ 14,4 mil, e um Fiat Uno ano 1992, que vale R$ 8 mil.

Ele ainda declarou quotas de capital social no Sicoob no valor de R$ 112.940,10, R$ 52,67 em saldo em CDB no Banco Bradesco, R$ 1.584,63 em título de capitalização no Banco Santander.

Outro dado que chama bastante atenção, é que o edil é antigo morador do bairro Doutor Fábio, sendo proprietário de imóvel no local, que não consta em sua declaração de bens. Além disso, seria proprietário de algumas bancas no Shopping Popular, que também não estão na lista declarada à Justiça Eleitoral.

As informações são de uma plataforma mantida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre candidaturas eleitorais. 

Agora resta ao ainda vereador programar sua volta ao comando da Associação do Shopping Popular, onde ganhou notoriedade, mas que como suas bases, deixou em segundo plano, achando que o sucesso nas eleições estava garantido.

A somatória desses descasos e desmandos resultou em decepcionantes 1.749 votos, lhe garantindo apenas a suplência na próxima legislatura da Câmara Municipal.


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