A juíza Ana Cristina Silva Mendes, da Sétima Vara Criminal, decretou o perdimento em favor da União de uma caminhonete Toyota Hilux ano 2008 pertencente a uma organização criminosa comandada pela família Pagliuca, e que foi apreendida durante a Operação Mayhah, da Polícia federal, em 2011. A Hilux mais um Fiat Uno Mille Way ano 2008, que a Justiça já havia decretado o perdimento, encontram-se no depósito da Delegacia de Polícia Federal de Cáceres e deverão ir a leilão, conforme solicitação do Ministério Público de Mato Grosso.
Dos dois veículos, a juíza observou que a caminhonete Hilux estava pendente de liberação, já que estava alienada à empresa Real Leasing AS ARR. Mercantil, que informou que o contrato possuía um saldo devedor de R$ 127.666,80. Intimada a respeito, a empresa informou ao juízo que não possui interesse na retomada do veículo. Diante da manifestação do banco financiador, a juíza então decretou o perdimento da Hilux. O Fiat Uno pertencia à condenada Conceição Neves dos Campos e teve o perdimento decretado em decisão proferida em agosto de 2018 pela pratica do crime de posse de drogas.
A Operação Mayhah prendeu 52 pessoas apontadas como um bando que traficava drogas e atuava em Mato Grosso, mais precisamente em Cáceres, município vizinho da Bolívia. Como o processo foi desmembrado, a ação penal se aplica aos réus Joelson Alves da Silva, Elaine Cristina Pagliuca da Silva, Regina Célia Cardoso Pagliuca, Régis Aristides Pagliuca, Hênio Porfírio de Campos Filho, Hênio Porfírio de Campos, Conceição Neves de Campos, Antônia Keiliany Alves de Oliveira e Adalberto Pagliuca Neto, produtor rural e que era o líder da organização.
Na ocasião, mais de R$ 15 mil em espécie foram apreendidos, juntamente com dez carros (incluindo um Ford Fusion, um Fiat Strada, um Hyundai Sonata e um Volkswagen Amarok), cerca de oito quilos de pasta-base de cocaína e pelo menos quatro armas de fogo.
Na época o caso ganhou repercussão porque num plantão do desembargador Manoel Ornéllas de Almeida foram soltos Adalberto Pagliuca Filho, sua esposa Regina Célia Cardoso Pagliuca, o filho Adalberto Pagliuca Neto (filho), o genro Joelson Alves da Silva, e ainda Elaine Cristina Pagliuca da Silva, Regis Aristide Pagliuca e Lori Gasparini. O desembargador acatou os argumentos da defesa, segundo os quais o inquérito instaurado pela Polícia Federal seria nulo e a interceptação telefônica usada nas investigações teria sido colhida indevidamente. Quinze dias depois o TJMT revogou a liberdade dos acusados, porém, não conseguiu ‘recapturar’ Adalberto Pagliuca, que continua foragido desde então.
Em 11 de setembro de 2013, a então juíza Selma Arruda condenou Hênio Porfírio de Campos Filho a 25 anos e 8 meses e 2.600 dias-multas, em regime fechado. Hênio Porfírio de Campos, Conceição Neves de Campos e Adalberto Pagliuca Neto a 11 anos e 8 meses e 1.400 dias-multas em regime fechado e Antônia Keiliany Alves de Oliveira a 3 anos e seis meses e 700 dias-multas. Os demais réus da presente ação penal pediram para a juíza aguardar o resultado da correição parcial interposta junto à Corregedoria-Geral de Justiça.
Após os recursos, em junho de 2014 foram condenados Joelson Alves da Silva a 38 anos e 6 meses, Elaine Cristina Pagliuca Silva a 14 anos, Regina Célica Cardoso Pagliuca a 11 anos e 8 meses, e Régis Aristides Pagliuca a 11 anos e 8 meses. Em 16 de janeiro de 2019, o juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues assinou despacho determinando a prisão deles após o julgamento dos recursos interpostos.