O desembargador Mario Roberto Kono do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) deferiu parcialmente, nesta terça-feira (15) o pedido de suspeição de auditorias realizadas na Corte do Tribunal de Contas do Estado (TCE) envolvendo a gestão do conselheiro afastado José Carlos Novelli. Foi Novelli quem impetrou o mandado de segurança.
O pedido de Novelli é referente ao processo de Tomada de Contas Ordinária, que apura supostas irregularidades nos contratos de serviços de tecnologia da informação, firmados entre os anos de 2012 e 2015.
Novelli foi presidente do TCE no biênio 2012/2013. Dessa forma, a investigação envolve a gestão dele. Auditorias realizadas para apurar as irregularidades teriam identificado desvios de R$ 137 milhões nos cofres do TCE.
No mandado de segurança impetrado, Novelli argumenta que, os processos administrativos tramitam sob a relatoria da conselheira interina Jaqueline Jacobsen e que ela conduz os procedimentos de forma arbitrária e abusiva, "visando tumultuar as investigações conduzidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), com o intuito de permanecer na função de Conselheira de forma definitiva".
A assessoria do TCE informou que a conselheira não vai se manifestar sobre o assunto, no momento.
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Jose Carlos Novelli — Foto: TCE-MT/Assessoria
Na decisão dessa tarde, o desembargador determinou que o presidente do TCE, conselheiro Domingos Neto, suspenda imediatamente as auditorias, a fim de evitar a “violação ao princípio do devido processo legal”.
O desembargador ainda determinou o prazo de 10 dias para que Domingos Neto preste informações ao Tribunal de Justiça sobre o caso.
Outra decisão
Recentemente, Mário Kono determinou que Novelli tivesse acesso aos processos que apuravam as tomadas de contas da gestão dele.
Na ocasião, o desembargador afirmou que as contas concernentes ao período em que o Novelli esteve no exercício do cargo de presidência do órgão, foram devidamente aprovadas pelo colegiado do TCE e pela Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso.
Afastamento
Novelli foi afastado do TCE, assim como Waldir Júlio Teis, Antônio Joaquim, Walter Albano e Sérgio Ricardo, após medida cautelar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, no âmbito da Operação Malebolge, sequência da operação Ararath, em setembro de 2017.