Da Redação
A região Norte do Estado elegeu o deputado federal Juarez Costa (MDB) com a esperança de melhorias, com a destinação de emendas que garantissem avanços nos mais diversos setores, mas se mostram decepcionados com o trabalho parlamentar de seu representante na Câmara Federal.Juarez tem apresentado uma atuação parlamentar das mais fracas, com apenas um projeto apresentado e utilizando pouco a tribuna do Plenário. Além disso, se mostra sem poder de articulação, com o gabinete pouco procurado pelas lideranças políticas do Estado, que vão a Brasília principalmente em busca de recursos.Na contramão de sua atuação parlamentar, quando o assunto é gastos com verba de gabinete, Juarez se mostra ávido, sendo dos deputados que mais utilizaram a verba. Para se ter idéia, os gastos do deputado federal superam os R$ 800 mil com verba de gabinete só este ano.
De acordo com o Portal da Transparência somente entre fevereiro e setembro o deputado gastou exatamente R$ 879.856,19 (oitocentos e setenta e nove mil oitocentos e cinquenta e seis reais e dezenove centavos) com a verba de gabinete, média superior a R$ 110 mil por mês, sendo que nos quatro meses do ano, de maio a agosto, deputado bateu recorde de gastos com R$ 111.574,77 (cento e onze mil quinhentos e setenta e quatro reais e setenta e sete centavos). Em termos de uso da tribuna, Juarez, em quase um ano de mandato, a utilizou apenas quatro vezes, talvez justificando o fato de que apareça apenas na 404ª posição do Ranking dos Políticos, que classifica senadores e deputados do melhor para o pior. ENVOLTO EM POLÊMICASJuarez fez carreira política em Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá), onde foi vereador, deputado estadual e prefeito. Em 2018 foi eleito com 49.111 votos, sendo o 9º mais votado no Estado para o cargo. Ele detém diversas polêmicas junto à Justiça. Levantamento realizado pelo G1 no mês de fevereiro, apontou que o parlamentar responde processo em MT, por crime de responsabilidade.Em outubro, a ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou um pedido liminar do deputado contra decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que o tornou réu pelo crime.
O objetivo do parlamentar era trancar liminarmente o processo alegando cerceamento de defesa. No mérito, ele requereu a nulidade da decisão que recebeu a denúncia. Conforme a denúncia, Juarez, na condição de prefeito de Sinop, teria firmado convênio e transferido verbas para a organização não-governamental Vale do Teles Pires, também conhecida como "Casa de Amparo Tio Mauro", da qual Mauro Savi era representante legal. Ainda segundo a denúncia, o convênio foi firmado em maio de 2009, sendo que, até o mês de novembro de 2009, teriam sido transferidas sete parcelas de R$ 11 mil cada uma, totalizando R$ 77 mil.Vale lembrar ainda que em 2017 Juarez Costa foi condenado pela Justiça por prática de improbidade administrativa. Ele foi acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de não ter realizado, desde o início de seu mandato em 2009, concurso público para cargos essenciais – como médicos e professores – e ter dado preferência a contratações temporárias para as vagas, mesmo após ter sido notificado de outras ações movidas pelo MP a respeito do assunto.Em sua decisão, o juiz Mirko Vincenzo Giannotte, da Sexta Vara Cível daquele município, determina a suspensão dos direitos políticos de Juarez Costa por três anos, além da proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais pelo mesmo período.
Em setembro, a revogação quanto aos direitos políticos foi revogada. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso, através da Primeira Câmara de Direito Público e Coletivo aceitou, por maioria e em parte, um recurso do deputado Juarez Costa (MDB) para revogar a suspensão dos direitos políticos do parlamentar por três anos.Juarez ainda foi investigado em 2016 quando ainda era prefeito de Sinop (480 km de Cuiabá), na “Operação Sorrelfa”, que visava apurar crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Durante a operação foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão, sendo sete em Sinop e três em Santa Catarina. Os mandados expedidos para Sinop foram cumpridos na casa de Costa, no gabinete que era ocupado por ele na prefeitura e na sede da Secretária Municipal de Assistência Social, entre outros lugares.