Em meio a rumores sobre uma possível saída do MDB, o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) garantiu que continuará na sigla, "no momento", apesar dos desgastes com parte dos correligionários.
Durante a campanha eleitoral, Emanuel disse ter se sentido “abandonado” politicamente ao não ter em seu palanque nomes de peso da sigla. Com isso, boatos sobre uma possível debandada começaram a circular.
Apesar da ausência de apoio, Emanuel avaliou que saiu fortalecido das urnas e que se reunirá em breve com emedebistas para pedir mais “espaço”.
“Não passa pela minha cabeça, no momento [sair da sigla]. O MDB tem que reavaliar o resultado das urnas. Ver quem saiu fortalecido para poder redesenhar o quadro político partidário no Estado, e as forças que realmente são lideranças políticas. Essa avaliação é partidária, deve ser liderada pela executiva regional avaliando todo Estado”, afirmou.
“É preciso analisar quem saiu maior, quem saiu menor e redesenhar essa ocupação de liderança internamente dentro do partido, para não cometer um erro crasso que a maioria das legendas comete. Por isso que ficam tão destoadas do sentimento popular”, emendou.
A declaração de Emanuel ocorre em meio a um desgaste interno vivenciado por ele no MDB. Na quinta-feira (3), os 23 prefeitos eleitos pela sigla se reuniram com o governador Mauro Mendes (DEM) no Palácio Paiaguas, sem a presença de Emanuel. Ele justificou a falta de apoio do partido e a submissão de alguns ao governador – seu inimigo político.
Se de um lado Emanuel estava magoado com a sigla, do outro os emedebistas também não o perdoaram. O presidente do MDB em Mato Grosso, deputado federal Carlos Bezerra, classificou como “erro” a atitude do Emanuel, e chegou a convidar Mendes para integrar a sigla.
Mendes no MDB?
Na opinião do prefeito, o convite foi feito no calor do momento. Emanuel pondera que Mendes foi um dos derrotados nas urnas em Cuiabá, posto que apoiou no primeiro turno das eleições o candidato Roberto França (Patriota) e no segundo Abílio Júnior (Podemos).
Além disso, conforme o prefeito, o convite pode ter causado uma animosidade entre o DEM e o MDB, que são aliados no âmbito estadual.
“É preciso ver o peso do governador nas eleições. O governador saiu grande das urnas? O partido saiu grande nas urnas? Pese primeiro quem são essas lideranças que saíram maior do que quando entraram. É preciso redesenhar o mapa político do partido”.
“Quem realmente tem representatividade, quem tem voto, quem tem força para poder representar a bandeira do MDB, que é uma grande bandeira. E não se precipitar com convites como esse, que além de indelicados, não representam o resultado das urnas”, afirmou.