Pré-candidatos a Prefeitura de Cuiabá, os deputados estaduais Eduardo Botelho (União) e Lúdio Cabral (PT) protagonizaram uma grande discussão na sessão desta quarta-feira na Assembleia Legislativa, no início da tarde desta quarta-feira (3). Por pouco, não chegaram às vias de fato.
Tudo começou com a votação de um requerimento de urgência urgentíssima de um projeto apresentado por Lúdio, que busca obrigar o Estado a realizar uma licitação para concessão dos veículos do Bus Rapid Transit (BRT, na sigla em inglês) depois da conclusão das obras do modal, além de determinar que a tarifa tenha o valor de R$ 1 por cinco anos a partir da sua operação.
Para apresentar o pedido de urgência urgentíssima no projeto, é necessário que um deputado tenha a assinatura de nove deputados. Lúdio conseguiu onze. A base governista se articulou para votar contra o requerimento e Lúdio, prevendo a derrota, pediu então que fosse colhido os votos nominais.
As imagens da TV Assembleia mostram Lúdio conversando com Botelho, que presidia a sessão, enquanto o primeiro-secretário, deputado estadual Max Russi (PSB), colhia os votos. Pouco depois, Botelho aparece mais exaltado com o petista.
Quer ficar bem informado em tempo real? Entre no nosso grupo e receba todas as noticias (ACESSE AQUI).
O presidente da AL chega a se levantar para enfrentar o petista. É quando entra em cena uma servidora do Legislativo e o deputado Beto Dois a Um (União), que se colocam entre ambos.
"Tem que ter respeito", falava Lúdio. "Você tem que ter postura", retrucava Botelho, com o dedo em riste. Por alguns segundos, Max Russi chegou a paralisar o uso do microfone para esperar os ânimos se acalmarem, enquanto Lúdio se afastou de Botelho conversando com Beto Dois a Um.
Ao final, o pedido de requerimento de urgência urgentíssima foi rejeitado por 13 votos contrários, incluindo de deputados que assinaram, depois retiraram e votaram contra. Apenas Lúdio votou a favor. Nove não estavam presentes na sessão.
Depois de apresentar o resultado, Botelho criticou Lúdio por querer expôr os colegas ao fazer a chamada nominal. "Não tem necessidade de fazer exposição de ninguém. O senhor tem o direito de debater e de fazer as propostas que quiser, agora tem que respeitar o direito dos colegas sem expôr ninguém. É nesse aspecto. O senhor sempre teve respeito com os outros e peço para o senhor continuar fazendo uma discussão de alto nível. Não venha com essa discussão, com acusação. Ninguém vai sumir com nada", disse.
Em seguida, Botelho deu oportunidade de fala para Lúdio, que cobrou um pedido de desculpas do presidente da Assembleia. "É desta forma que o senhor, presidente Eduardo Botelho, tem que se comportar. Todos os deputados reconehcem. A minha relação com todos sempre foi de respeito, que é recíproco. Agora, não tem sentido o presidente da Assembleia perder a cabeça e partir para a agressão física, não tem sentido. Precisa se desculpar por que isso não é compostura, isso não é comportamento de quem tem decoro parlamentar, é o meu dever colocar isso aqui na tribuna", apontou.
O petista também colocou que Botelho é pré-candidato a Prefeitura de Cuiabá e precisa "enfrentar a disputa, o debate e o contraditório". "Tem que ter paciência. Não pode perder a cabeça, não pode apelar, não pode levantar e partir para agressão física. Especialmente, dentro do parlamento. Que isso fique registrado aqui hoje. Sinto muito de ter que tratar uma pauta desta forma", acrescentou.
Botelho respondeu Lúdio e afirmou que não aceita falta de respeito contra os colegas dentro da Assembleia. "Vou para oito anos de presidência e sempre tratei oposição e situação com maior respeito. Quando virem, se dirigirem a mim, dirijo com respeito e calma. Não adianta vir com agressão para cima de mim que vai receber agressão. Eu sou um cara que nasci na rua, apanhando da polícia, então não aceito ninguém vir fazer graça com a minha cara. Se vier com respeito, eu respeito. Se vier com briga, tem briga, não tem problema nenhum", concluiu.
Com a reprovação do requerimento de urgência urgentíssima, o projeto de Lúdio precisa passar pelas Comissões de Infraestrutura e Constituição, Justiça e Redação, além de passar por duas votações em sessões plenárias.