Partido fundamental na eleição do governador Mauro Mendes (DEM) em 2018, o MDB passará de base a oposição ferrenha do Governo caso a candidatura a reeleição de Emanuel Pinheiro se confirme. Em meio à grave crise que se instalou na relação entre Mendes e Pinheiro, deputados do MDB se preparam para enfrentar as próximas eleições, mas advertem: não devem partir para o ataque, a depender do candidato definido pelo grupo do Governo.
“O MDB é a maior bancada hoje na Assembleia. Pelo desenho da coisa o Emanuel é o candidato natural. Mas tem o lado do governador. E é ate uma coisa chata isso, é muito ruim. Nós, do MDB, vamos ter que avaliar bem. Se o Emanuel realmente lançar sua candidatura é obvio que iremos apoiá-lo. É um prefeito que fez muita obra, fez esse hospital [HMC], fez uma coisa que eu como médico considerei fantástica que foi o hora estendida nas unidades de saúde da família... Ele se credencia. Mas o partido vai ter que sentar e definir. Os barões é quem têm que negociar com o governador. Porque se o Gilberto [Figueiredo] for candidato, por exemplo, é incoerente da minha parte arrumar critica contra ele. Não posso chegar aqui hoje e elogiá-lo como gestor e amanhã falar que ele vai ser um péssimo prefeito”, ponderou o deputado João José de Matos, o Dr. João.
Além de Dr. João, compõem, ainda, a base do MDB na Assembleia Legislativa os deputados Thiago Silva, Romoaldo Júnior e Janaina Riva.
Mauro Mendes elegeu por prioridade a indicação de um nome do Democratas à Prefeitura de Cuiabá e pediu ao partido um prazo até março de 2020 para consolidar a candidatura. Nomes como do secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo; da Casa Civil, Mauro Carvalho; Fábio Garcia e do ex-prefeito Roberto França estão no leque de opções.
Emanuel, por sua vez, busca consenso dentro de sua família para confirmar sua candidatura. Nos bastidores, se articula de maneira intensa para construir um arco de aliança robusto e garante com frequência que já tem pelo menos 10 partidos que o apoiam. Mas, ainda aguarda aval da primeira-dama, Marcia Pinheiro, que lhe pediu um “tempo” da vida pública.