O requerimento de autoria do deputado estadual Wilson Santos (PSDB), que cobra do governo do estado informações a respeito dos valores referentes ao Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), foi aprovado em sessão ordinária do fim de novembro. Além disto, o Executivo também terá que encaminhar os balanços referente a pagamentos de empréstimos.
No prazo de 30 dias, a Secretaria de Fazenda (Sefaz) e a Secretaria de Infraestrutura (Sinfra) deverão informar qual o valor total dos financiamentos contratados pelo governo de Mato Grosso junto à Caixa Econômica Federal e ao BNDES para a construção do VLT.
Também deverá ser detalhada qual a carência estabelecida em contrato à época, para o início dos pagamentos dos empréstimos junto à Caixa Econômica Federal e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e qual o valor já foi pago pelo governo de Mato Grosso à Caixa Econômica Federal e ao BNDES desde o primeiro pagamento até a data de hoje, discriminando valor e data da quitação do pagamento.
Outra informação a ser fornecida é o valor do repasse financeiro já efetuado pelo governo do estado às empreiteiras que compõem o Consórcio VLT.
O deputado Wilson Santos explica que as informações que serão fornecidas são relevantes para ser avaliada a viabilidade de conclusão do VLT.
“O que desejamos é auxiliar o governo do estado na retomada desta obra tão importante à população. A partir destes dados, podemos discutir com segmentos da sociedade”, disse.
Em outra iniciativa do parlamentar, foi aprovado no dia 13 de novembro pela Assembleia Legislativa um requerimento que autoriza a instalação de um grupo de trabalho para acompanhar, sugerir, fiscalizar e analisar os estudos do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que serão feitos pelo governo federal, via Secretaria Nacional de Mobilidade e Serviços Urbanos.
Oficialmente, o governo do estado diz que somente no primeiro semestre de 2020 deverá ser anunciada qual a posição a respeito das obras do VLT, paralisadas desde setembro de 2014, embora já tenha consumido dos cofres públicos quantia superior a R$ 1 bilhão.
Promessa
Com onze meses de mandato, o governador Mauro Mendes (DEM) tem até o final de dezembro para anunciar uma solução para a obra do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), um dos maiores problemas de mobilidade urbana nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande, caso ele pretenda cumprir aos seus eleitores uma de suas principais promessas de campanha.
O compromisso de encontrar uma solução definitiva para a obra do VLT, paralisada desde 2014, está no Plano de Governo de Mendes e o prazo de um ano foi estabelecido e amplamente divulgado pelo próprio governador eleito em 2018, durante o período de campanha eleitoral.
No mês de outubro, o deputado federal Emanuelzinho (PTB) acusou o governador de ‘boicotar’ a criação de uma Comissão Externa para acompanhar o Grupo de Trabalho sobre o Sistema de Mobilidade Urbana da Região Metropolitana de Cuiabá (GT Mobilidade Cuiabá).
O parlamentar ainda declarou que o governador teria orientado a trocar o modal pelo Bus Rapid Transit (BRT), desprezando mais de R$ 1 bilhão já gastos para implantar corredores dedicados apenas para a circulação do modal.
Na semana passada, o Governo contratou empresa para fazer estudo de viabilidade econômico e financeira para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande.
O ato, segundo o Estado, foi exigido pela Secretaria Nacional para subsidiar relatório final de Grupo de Trabalho para embasar escolha do modal utilizado. O estudo será realizado pela empresa de consultoria Oficina Engenheiros Associados e custará quase R$ 500 mil aos cofres públicos.
Iniciada em agosto de 2012 e com mais de R$ 1 bilhão já aplicados para o “novo” modal de transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande, os trilhos que guiariam o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) nos dois municípios quase não existem, e os que já foram construídos estão se deteriorando, juntamente com os vagões que estão estacionados no Centro de Controle Operacional e Manutenção, localizado em Várzea Grande e que, por curiosidade, também está se definhando por falta de manutenção.
Parada desde dezembro de 2014, o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos será composto por duas linhas (Aeroporto-CPA e Coxipó-Porto), com total de 22 km de trilhos e terá 40 composições, com 280 vagões. Cada composição tem capacidade para transportar até 400 passageiros, sendo 72 sentados.
Em junho, vereadores de Cuiabá e Várzea Grande fizeram uma vistoria no Centro de Manutenções do modal e apelidaram o local de ‘cemitério de vagões’.