A Polícia Civil de Mato Grosso concluiu o primeiro semestre deste ano com 77,92% de resolução dos homicídios ocorridos no período em todo Estado. De janeiro a junho de 2024, foram instaurados 530 inquéritos de crimes dolosos contra a vida, dos quais 413 foram esclarecidos, com as autorias identificadas.
Nos seis primeiros meses, a Polícia Civil também instaurou 54 autos infracionais para apurar atos análogos a homicídios praticados por adolescentes. Desses, 44 foram concluídos com as autorias identificadas e encaminhados ao Poder Judiciário, alcançando o percentual de 81,40%.
A delegada-geral da Polícia Civil, Daniela Maidel, pontua que a investigação de crimes dessa natureza é bastante complexa, envolvendo a identificação de testemunhas, representações de medidas cautelares diversas, entre outras diligências sensíveis para esclarecer os crimes e chegar às autorias. “Razão pela qual a atuação em conjunto com os setores de inteligência da Polícia Civil é fundamental para o esclarecimento”, assegura.
Daniela Maidel destaca ainda que os dados de resolutividade são fruto da qualificação e capacitação continuada dos policiais civis. “E, acima de tudo, do comprometimento dos delegados, escrivães e investigadores de polícia, que estão na ponta atendendo as ocorrências diariamente”, acrescenta a delegada-geral.
O levantamento estatístico realizado pela Diretoria de Inteligência abrange o trabalho das delegacias das 15 regionais da Polícia Civil no Estado.
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Um dos casos solucionados neste semestre foi um duplo homicídio ocorrido na cidade de Mirassol d’Oeste, quando dois jovens foram sequestrados e brutalmente mortos. Jakson Francisco de Souza e Ludinei Kennedy Paixão de Andrade, ambos de 19 anos, foram sequestrados no dia 02 de março, amarrados, mortos com disparos de arma de fogo e ainda degolados. Quatro adolescentes foram apreendidos e três adultos presos por envolvimento no crime.
Em Sorriso, a Delegacia da Polícia Civil prendeu, em uma semana, 13 envolvidos em dois homicídios ocorridos no município, ambos no mês de junho. Um vitimou a adolescente Maria Shamilly Carvalho Silva, morta no dia 2 do mês passado. A investigação apontou que a garota foi morta porque fez uma foto com sinais interpretados como alusão a um bando criminoso paulista.
A outra vítima foi Anderson Adriano Filippi, de 20 anos, sequestrado de sua casa na madrugada de 18 de junho e morto por integrantes de um grupo criminoso. O corpo da vítima foi localizado no dia 22 de junho, após a prisão de um dos participantes do crime indicar o ponto em que o corpo de Anderson foi deixado pelo grupo criminoso.
Feminicídios
Em relação aos feminicídios, o índice de resolução dos inquéritos é ainda maior, com 100% de esclarecimentos. No período, foram registrados 20 homicídios qualificados em feminicídio, que são aqueles praticados no âmbito da violência doméstica ou por gênero.
Os inquéritos de feminicídio foram concluídos com autoria definida e as investigações resultaram em prisões em flagrante ou por mandados judiciais contra os responsáveis.
Entre os casos de feminicídios esclarecidos está o da jovem Bruna de Oliveira, de 24 anos, assassinada em Sinop no início de junho. O autor do crime foi preso pela Polícia Civil na cidade de Nova Maringá, a mais de 300 quilômetros de onde cometeu o crime.
Conforme a delegada-geral, os crimes contra a vida exigem uma resposta imediata e a instituição busca atuar com agilidade para identificar os autores e reduzir a sensação de impunidade perante a sociedade e famílias das vítimas.
“As investigações de homicídio são prioridade, reforçada em todas as unidades da instituição, porque é uma situação inesperada, que choca tanto a família que perde a pessoa repentinamente, quanto a sociedade”, destacou a delegada.