Foto: Polícia Militar - MT
O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) pediu a transferência do ex-cabo da Polícia Militar, Helbert de França Silva, de 41 anos, para um presídio federal. O ofício foi protocolado na 1ª Vara Criminal de Cuiabá, nessa quinta-feira (7).
Helbert, condenado a mais de 100 anos de prisão, foi recapturado nessa quarta-feira, em Diadema, interior de São Paulo. Ele estava foragido há um mês.
Os promotores solicitaram uma vaga imediata em um presídio federal, antes mesmo de Helbert ser transferido de São Paulo para Mato Grosso.
“A necessidade e urgência de que, no interesse da segurança pública, seja procedida a transferência do preso para estabelecimento penal federal de segurança máxima”, diz trecho do documento.
O ex-cabo é acusado de envolvimento com um grupo criminoso, que cometeu vários homicídios em Mato Grosso. Além de ser condenado a mais de 100 anos de prisão, ele foi exonerado do cargo.
Hebert estava preso no Batalhão da Rotam, em Cuiabá, de onde fugiu no dia 6 de outubro.
Helbert chegou a cumprir pena na PCE, mas foi transferido a pedido da defesa — Foto: Governo de MT/Divulgação
Transferências
Helbert estava preso na Cadeia Pública de Santo Antônio de Leverger, a 35 km de Cuiabá. No entanto, no dia 9 de julho deste ano, o diretor da unidade solicitou a transferência do ex-cabo, pois haviam comentários sobre um possível planejamento de fuga.
O juiz deferiu o pedido e autorizou a transferência dele para a Penitenciária Central do Estado (PCE).
A defesa de Helbert então formulou ao juízo de Santo Antônio do Leverger um pedido de nova transferência, afirmando que ele estaria em risco na PCE.
No dia 11 de julho, foi determinado que a Corregedoria-Geral da Polícia Militar disponibilizasse um local adequado para a manutenção da segregação.
A Corregedoria da PM enviou um ofício ao juízo de Santo Antônio informando que o Comando-Geral da PM havia indicado o Batalhão da Rotam para receber o ex-cabo.
Diante disso, Hebert foi encaminhado ao Batalhão, mas fugiu do local no mês passado.
Helbert era procurado pela polícia após fugir de presídio — Foto: PM-MT
Recaptura
Desde a fuga, o Serviço de Inteligência da Polícia Militar levantou informações sobre os possíveis destinos de ex-cabo. A PM recebeu denúncia de que Hebert poderia ter deixado o estado em um carro locado. Isso permitiu que um levantamento de veículos nas rodovias fosse feito.
Após cruzamento de dados, análises de vínculos e levantamento de outras informações, com apoio de outros órgãos, entre os quais a Polícia Federal, a Diretoria de Inteligência da PM chegou à conclusão de que o foragido poderia estar em São Paulo, especificamente no município de Diadema.
Armamento foi apreendido com a quadrilha que Helbert fazia parte — Foto: Assessoria/Polícia Civil de MT
Crimes
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Hebert participava de um grupo conhecido como 'Os Mercenários'. Eram seis policiais e outros civis. Ao todo, estima-se que, pelo menos, 15 pessoas tenham sido vítimas do grupo.
O grupo, segundo a denúncia, tinha aparato para cometer os crimes, como armamento sofisticado, rádio amador, silenciador de tiros e carros e motos com placas frias.
Os crimes foram praticados em março de 2016. As vítimas estavam voltando de uma festa, quando foram atacadas enquanto tentavam abrir o portão da residência.
Segundo o MPE, Helbert e outro policial chegaram juntos em um veículo e já desceram efetuando os disparos contra as vítimas. Somente uma vítima conseguiu sobreviver.