14 de Outubro de 2024

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POLÍCIA Terça-feira, 19 de Novembro de 2019, 08:52 - A | A

Terça-feira, 19 de Novembro de 2019, 08h:52 - A | A

EX-PARCEIROS DE CRIME

"Marreta" alega traição e ameaça e confessa morte de líder do CV na PCE

FOLHAX MAX

Em depoimento prestado na Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) nesta segunda-feira (18), o detento Luciano Mariano da Silva, conhecido como “Marreta”, confessou ter sido o autor do assassinato do líder do Comando Vermelho, Paulo César dos Santos, o Petróleo. O crime ocorreu na noite de 26 de outubro, na Penitenciária Central do Estado. 

Inicialmente, “Marreta” negava a morte do colega de cela. Todavia, nesta segunda, acompanhado do advogado Rafael Winck do Nascimento, decidiu prestar novo depoimento e admitir ter matado o colega. 

 

Ambos, segundo a Polícia Civil, eram líderes do Comando Vermelho dentro da cadeia e chegaram a ser apontados como responsáveis pela entrada de 86 celulares dentro de um freezer na unidade de prisional. Na ocasião, diretores do presídio e dois policiais militares também foram detidos na Operação Assepsia.

No novo depoimento, “Marreta” informou que, dois dias antes de matar o colega de cela descobriu que ele estava repassando informações sobre “seus negócios fora da cadeia” para agentes da Rotam (Ronda Ostensiva Tático Móvel). Desta forma, os policiais faziam apreensões de armas e drogas, além de prender os comparsas dele que estavam na rua.

A descoberta ocorreu durante audiência da Operação Assepsia. Segundo “Marreta”, depoimentos de testemunhas continham informações que apenas “Petróleo” sabia.

No caminho do Fórum de Cuiabá à PCE, o detento confrontou o amigo sobre o fato dele estar lhe entregando aos policiais. Petróleo lhe respondeu que eles conversariam depois da visita na cadeia, que ocorreria no sábado.

Durante os dois dias, eles não se falaram e passaram a se encarar como inimigos. No sábado, depois da visita, “Marreta” disse ambos ficaram “se cuidando com os olhos”.

Ele contou que, quando “Petroleo” descuidou, foi ao banheiro e fez uma trança com um lençol. Em seguida, se aproximou do colega de cela e lhe enforcou com o lençol, seguido de um golpe de arte marcial. Em seguida, fez ele inalar um perfume.

Para concretizar o crime, o detento pendurou o desafeto a cerca de 25 centímetros do chão. Ele garante que não teve ajuda de nenhum dos outros três presos que estavam na cela.

Somente no outro dia, por volta das 6h00, ele chamou por Petroleo na cela, mas este não respondeu. Foi ao banheiro e viu o companheiro de cela pendurado. Ele criou uma cena para falar que o ex-companheiro de crime se suicidou. 

“Marreta”, que negou ser líder ou membro do Comando Vermelho em Mato Grosso, afirmou que matou “Petroleo” por temer que ele tirasse sua vida, em virtude do diálogo que tiveram no caminho entre o fórum e a PCE. Ele disse que, antes da audiência, considerava a vítima “como um irmão”. 


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