12 de Outubro de 2024

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POLÍCIA Quinta-feira, 05 de Dezembro de 2019, 11:19 - A | A

Quinta-feira, 05 de Dezembro de 2019, 11h:19 - A | A

OPERAÇÃO

Índios presos em operação recebiam pagamentos e benefícios para liberar exploração em terra indígena em MT, diz PF

Os três líderes indígenas da etnia Nhambiquara, presos na Operação Ybyrá na reserva Sararé, em Conquista do Oeste, a 570 km de Cuiabá, nessa quarta-feira (4), recebiam pagamentos e benefícios para liberar a exploração da reserva, segundo a Polícia Federal.

Durante a operação, também foram presos cinco madeireiros e encaminhados à delegacia da Polícia Federal de Cáceres, a 220 km de Cuiabá. Além disso, armas e documentos foram apreendidos.

Segundo a polícia, outros três suspeitos continuam foragidos.

A investigação começou depois de fiscalizações da Funai e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

 
Operação Ybyrá — Foto: Polícia Federal de Mato Grosso/Assessoria

Operação Ybyrá — Foto: Polícia Federal de Mato Grosso/Assessoria

Ainda de acordo com a Polícia Federal, os índios tinham o controle das terras e recebiam pagamentos regulares e benefícios como manutenção em veículos, e litros de combustíveis para liberar a exploração nas áreas indígenas.

“As investigações apontam que madeireiros ingressavam na reserva durante o dia, cortavam a madeira e já deixavam no local pré-determinado para que à noite os responsáveis pelo transporte entrassem na área e carregasse a madeira sem que fossem flagrados pela fiscalização”, explicou o delegado Carlos D'Angelo.

 
Operação Ybyrá — Foto: Polícia Federal de Mato Grosso/Assessoria

Operação Ybyrá — Foto: Polícia Federal de Mato Grosso/Assessoria

A exploração realizada na região era da madeira nobre Aroeira, que tem o corte em áreas nativas proibido. No mercado, cada tora lapidada de Aroeira é vendido a R$ 300.

Segundo o delegado, o crime ambiental também passa por quem compra essa madeira, pois são eles que sustentam toda essa atividade criminosa.

“Temos os índios e os garimpeiros que lucram com isso, mas também temos os empresários que vendem e colocam esse material no mercado. São esses agora que procuramos identificar como complemento do cumprimento dos mandados de busca e apreensão”, disse.

As investigações continuam para apurar o destino dessa madeira ilegal. Os presos na operação devem responder por organização criminosa e crime ambiental.

 
Operação Ybyrá — Foto: Polícia Federal de Mato Grosso/Assessoria

Operação Ybyrá — Foto: Polícia Federal de Mato Grosso/Assessoria

 

Investigação

A investigação teve início no ano de 2017, a partir de uma prisão em flagrante realizada em uma ação de fiscalização de terra indígena.

 

O foco da exploração ambiental investigada na operação foi a extração da aroeira, espécie que tem o corte proibido em floresta primária desde 1991 por uma portaria normativa expedida pelo Ibama.

 
Operação Ybyrá — Foto: Polícia Federal de Mato Grosso/Assessoria

Operação Ybyrá — Foto: Polícia Federal de Mato Grosso/Assessoria

No período da investigação foi realizada uma das apreensões foram apreendidas mais de 1,2 mil lascas de aroeira avaliadas em mais de R$ 50 mil.

A operação tenta também identificar outras pessoas responsáveis pela aquisição da aroeira, as quais serão indiciadas pelo crime ambiental e pela organização criminosa, bem como os imóveis serão apreendidos para ressarcimento ambiental.

 
Operação Ybyrá  — Foto: Polícia Federal de Mato Grosso/Assessoria

Operação Ybyrá — Foto: Polícia Federal de Mato Grosso/Assessoria

 

O nome da operação faz menção ao significado das palavras “árvore, tronco, madeira” no dialeto tupi.


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