A prisão do jornalista e ex-assessor parlamentar Leonardo Heitor Miranda de Araújo, indiciado por crimes sexuais, se deu por ele ter descumprido medida protetiva e ameaçado uma de suas vítimas, segundo a delegada Nubya Beatriz Gomes dos Reis, da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (Dedm) de Cuiabá.
Conforme a delegada, uma das vítimas relacionadas nos inquéritos recebeu medida protetiva de urgência tendo em vista relacionamento amoroso anterior com o suspeito. Ela determinava que o rapaz não poderia se aproximar do local de trabalho e da residência da vítima.
Porém, durante as investigações, o investigado descumpriu a medida protetiva por ter comparecido no local de trabalho da vítima e ainda feito ameaça.
“Diante dos fatos devidamente comprovados por depoimento de testemunha, interrompemos as conclusões das investigações e imediatamente foi representada pela prisão preventiva do suspeito, sendo que na última segunda feira (25), acompanhada por um agente da Polícia Federal e policiais da Dedm, realizamos a prisão do investigado no aeroporto de Várzea Grande, quando ele retornava ao estado”, disse a delegada.
Nubya Beatriz ainda pontuou que a medida protetiva é ordem judicial, e como tal, deve ser cumprida. “Caso o investigado queira contestar a decisão, ele deve usar os meios legais junto ao Poder Judiciário para tentar revertê-la, e não deixar de cumpri-la por entender ser injusta”, esclareceu a delegada”.
As diligências investigativas reuniram material probatório com oitivas de diversas testemunhas, análise de material coletado - inclusive cópias das mensagens trocadas entre vítimas e suspeito - e quebras de sigilos que comprovaram que as mensagens partiram de terminal telefônico registrado em nome do suspeito.
Os cinco inquéritos foram concluídos e o jornalista indiciado por estupro tentado, importunação sexual, ameaça, gravação não autorizada da intimidade sexual e descumprimento de medida protetiva de urgência.
Os inquéritos presididos pela delegada Nubya Beatriz Gomes dos Reis serão remetidos ao Ministério Público Estadual para análise da possibilidade de oferecimento de denúncias e de outras representações cabíveis.
Os casos de menor complexidade foram encaminhados ao Juizado Especial da Capital, logo no início das investigações.
A Delegacia da Mulher identificou registros de ocorrências de crimes sexuais contra o investigado no estado do Espírito Santo e no Distrito Federal. “Parabenizo a equipe e Núcleo de Inteligência que se empenhou nas investigações, que contaram com apoio da Diretoria de Inteligência, sem o qual seria impossível a realização da prisão do suspeito”, finaliza a delegada.