O governador Mauro Mendes (DEM) negocia com a diretoria da Polícia Civil e o Sindicato dos Delegados de Polícia de Mato Grosso (Sindepo) o chamamento de mais delegados aprovados no concurso público realizado em 2017. A informação foi confirmada pela presidente da categoria, Maria Alice Barros Martins Amorim. As conversas estão avançadas, mas os impactos ainda são estudados pelo Executivo.
“As conversas estão fortes. Vamos aguardar, mas estamos bem otimistas. Acredito que o governador vai se sensibilizar com o problema na carência de delegados no Estado”, explicou Maria Alice ao Olhar Direto. Porém, até o momento não há nenhuma confirmação de que as nomeações possam ocorrer ainda este ano.
As conversas estão sendo tratadas diretamente com o governador Mauro Mendes (DEM). A diretoria da Polícia Civil tem reiterado a necessidade da nomeação de novos profissionais.
Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), até o momento não há previsão de nenhuma nomeação.
Ao todo, 146 delegacias estão em atividade, após a desativação de 16 na gestão de Mauro Mendes. O lotacionograma tem criado 400 cargos de delegados, mas apenas 220 deles estão ocupados.
Em entrevista à reportagem no ano passado, a presidente explicou que existem delegados que acumulam até quatro unidades, o que torna impossível que a autoridade esteja em todos os lugares ao mesmo tempo. “Isso traz uma insegurança muito grande. Não consegue acompanhar a execução de todos os trabalhos e atender a sociedade como gostaria. Acaba se desgastando tanto que fica doente. São jovens profissionais que poderiam estar colaborando, mas estão doentes, afastados por causa da sobrecarga”.
Sendo assim, o delegado acaba sendo obrigado a otimizar o trabalho e priorizar as investigações em que há o emprego da violência, grave ameaça, crimes de maior potencial ofensivo.
“Temos um Estado continental. Existem municípios muito grandes, outros de difícil acesso. Isso potencializa se você colocar a quantidade de veículos e profissionais. A área para cobrir é muito grande. No interior, os profissionais formam um corpo e buscam atender a sociedade. Dado a dificuldade, unem as forças e por isso se consegue atender todos a contento. Por mais que o índice de elucidação de crimes seja menor que 50%, acaba trazendo um retorno. Existe a sensação de segurança. Por isso houve tantos questionamentos em relação ao fechamento de unidades, porque ela em si diminui o temor”, acrescentou Maria Alice.