Delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que o mandante do crime contra o advogado Roberto Zampieri, o empresário Aníbal Manoel Laurindo conheceu o intermediário – que contratou os executores – em mobilizações e ações bolsonaristas em 2023. A ideologia uniu o grupo e a motivação foi uma disputa de terra na cidade de Paranatinga (373 km ao sul de Cuiabá) e a proximidade da vítima com um desembargador.
“Eles se conheceram em meio das manifestações bolsonaristas. Etevaldo é da mesma ideologia de Aníbal, então eles tinham essa proximidade”, disse o delegado, que afirmou ter 101% de certeza que Aníbel é o mandante do crime e a motivação é uma disputa por terra, qual Zampieri era o advogado.
“Aníbel foi quem mandou matar o advogado Roberto Zampieri. Existia uma disputa de uma terra em Paranatinga e nesse processo, as datas são coincidentes, encontramos em um celular imagens da ação que o advogado atuava. Quando Zampieri entra com pedido de produção de provas no processo, nesse mesmo dia, um dos investigados tira foto do endereço dele”, ressaltou
Aníbal foi indicado por homicídio duplamente qualificado O inquérito do crime foi concluído pela DHPP, que apresentou os fatos em coletiva nesta terça-feira (9). Ficou comprovado o elo entre Aníbal e o intermediário coronel Etevaldo Luiz Cassadini de Vargas. E por fim, o vínculo entre Etevaldo e os executores.
“Os elementos de prova restaram insuficientes para o indiciamento de Elenice Ballaroti Laurindo, motivo pelo qual a autoridade policial não indiciou a investigada”, explicou a DHPP.
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O indiciamento foi por homicídio duplamente qualificado, crime praticado à traição, de emboscada, ou mediante dis- simulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; e mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe, com fulcro no art. 121 parágrafo 2º, incisos I e IV.
O caso
Roberto Zampieri tinha 56 anos e foi assassinado na noite do dia 05 de dezembro, na frente de seu escritório localizado no bairro Bosque da Saúde, na capital. A vítima estava em uma picape Fiat Toro quando foi atingida pelo executor com diversos disparos de arma de fogo. O executor foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
O mandado de prisão de Antônio Gomes da Silva foi cumprido pela Delegacia de Homicídios da capital mineira em apoio à Polícia Civil de Mato Grosso, ele foi o autor dos tiros.
No dia 22, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, membro do Exército e instrutor de tiro, foi apontado como o responsável por contratar o executor e entregar a arma de fogo. Ele era o dono da pistola usada no assassinato.
Coronel do Exército, Etevaldo Luiz Cacadini de Vargas, foi preso no dia manhã de janeiro, em Belo Horizonte (MG), acusado de ser o financiador e intermediário do crime.