18 de Abril de 2025

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POLÍCIA Quarta-feira, 30 de Outubro de 2019, 08:44 - A | A

Quarta-feira, 30 de Outubro de 2019, 08h:44 - A | A

ENVOLVIMENTO

Acareação entre 3 coronéis suspeitos de envolvimento em grampos em MT é cancelada por ausência de advogado

G1

Uma acareação que estava agendada para esta terça-feira (29), na Polícia Civil, foi cancelada devido à ausência do advogado do coronel Zaqueu Barbosa, ex-comandante da Polícia Militar de Mato Grosso. Na ocasião, Zaqueu e outros dois coronéis, Alexandre Lesco e Airton Siqueira iriam ser colocados frente a frente para dizer o que sabem sobre o esquema de grampos no âmbito da PM, entre 2014 e 2015.

A delegada Ana Cristina Feldner, que coordena a investigação, afirmou que a acareação seria realizada para tirar dúvidas e buscar sanar as divergências entre os depoimentos dos investigados. No entanto, não informou quais seriam esses pontos divergentes.

 

Ainda não tem uma nova data para a acareação.

Feldner disse que a investigação é complexa. Ela assumiu as investigações sobre as interceptações telefônicas ilegais em setembro deste ano, no lugar do delegado Rafael Mendes Scatolon, que segundo a Polícia Civil, foi retirado dos inquéritos no dia 15 de agosto para atuar na Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra Administração Pública (Defaz).

 

Documentos do STJ

No último dia 18 a Polícia Civil recebeu na sexta-feira (18) várias caixas contendo documentos que foram apreendidos durante a primeira fase da Operação Esdras, em 2017.

Os documentos ainda não tinham sido analisados pela polícia e nem pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), porque logo depois da apreensão houve uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinando que todos os inquéritos e depoimentos referentes às interceptações ilegais fossem remetidos àquela Corte.

Agora, como a investigação retornou para o estado, o STJ devolveu os documentos e a Polícia Civil deve analisá-los.

À época, a remessa dos documentos para a instância superior foi motivada por indícios de envolvimento do então governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), no esquema de grampos, conforme denúncia feita à Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo ex-secretário de Segurança Pública e promotor de Justiça Mauro Zaque. Taques tinha foro privilegiado.

Na denúncia, Zaque disse ter informado Taques, oral e formalmente, sobre a existência dos grampos em 2015 e que, em conversa com o então comandante-geral da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa - atualmente preso por suposto envolvimento no esquema -, este teria afirmado que as interceptações se davam por ordem do próprio governador.

Taques sempre negou conhecimento sobre os grampos.

Em setembro deste ano, por determinação da Justiça, foi montado um grupo de trabalho,, para conduzir os inquéritos policiais que apuram os casos.

 
Mauro Zaque e Pedro Taques — Foto: José Medeiros/GCOM MT

Mauro Zaque e Pedro Taques — Foto: José Medeiros/GCOM MT

 

Os grampos

O esquema foi denunciado à Procuradoria-Geral da República pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, que foi secretário de Segurança em 2015. Ele diz que recebeu denúncia do caso naquele ano e que alertou o governador Pedro Taques.

Agora, a PGR investiga se Taques sabia do crime e de quem partiu a ordem para as interceptações. O governador, por sua vez, nega que tinha conhecimento sobre o caso.

Segundo consta na denúncia, pelo menos 80 pessoas tiveram as conversas grampeadas no período em que o esquema funcionou. Entre elas políticos de oposição ao então governo de Mato Grosso, advogados, médicos e jornalistas.

Os telefones foram incluídos indevidamente em uma investigação sobre tráfico de drogas que teria o envolvimento de policiais militares. O resultado dessa investigação, porém, não foi informado pelo governo até hoje.

 

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