De olho na proximidade da 28ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 28), o Instituto Produzir, Conservar e Incluir (PCI) e demais parceiros realizaram na última terça-feira (28) o Workshop REDD+ Jurisdicional e Mercado de Carbono - Mato Grosso, para discutir as melhores estratégias para reduzir a emissão de carbono e tornar Mato Grosso um exemplo de produção e sustentabilidade.
A COP 28 acontece na próxima quinta-feira (30), em Dubai, reunindo as principais lideranças dos países-membros da ONU e da área ambiental para discutir estratégias e realizar compromissos na mitigação das mudanças climáticas.
Quer ficar bem informado em tempo real? Entre no nosso grupo e receba todas as noticias (ACESSE AQUI).
Com os olhos do mundo voltado para o evento, o diretor executivo da PCI, Richard Smith, pontua que o workshop é uma reunião da sociedade civil, setores privados e produtivos para discutirem as implementações do REDD+ e mercado de carbono no estado, que serão levadas para a COP28.
“A ideia aqui é discutir uma visão em comum, da sociedade civil organizada, setor produtivo e o setor privado para que essa ideia comum seja levada para a COP, tem uma série de caminhos e opções que podem ser escolhidas, é um tema complexo e que demanda bastante qualificação e informação dos participantes”, explica.
Mato Grosso é uma região estratégica e de grande importância para as discussões e ações relacionadas às mudanças climáticas. Enquanto grande produtor de commodities do país, o estado também possui três importantes biomas- cerrado, amazônia e pantanal. Portanto, é preciso alinhar estratégias que unam produção e sustentabilidade.
“Esse evento está discutindo dois principais mecanismos para redução de emissões de gases de efeito estufa de uma forma geral, porque a atmosfera do planeta é uma só, mais especificamente aqui no estado de Mato Grosso, os dois principais mecanismos são o de REDD+, que são desmatamento e degradação evitada e o mercado de carbono
REDD+”, cita Richard.
REDD+
REDD+, que significa "Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal", é uma iniciativa internacional que visa combater as mudanças climáticas, principalmente focada na conservação e gestão sustentável das florestas.
A ideia central por trás do REDD+ é criar incentivos econômicos para os países em desenvolvimento preservarem suas florestas, que desempenham um papel crucial na absorção de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera. E é exatamente aí que o Programa REM MT atua.
“Pra gente entender o que é REDD jurisdicional é preciso entender primeiro o que é REDD+. REDD+ é a redução de emissões por desmatamento e degradação. E quando tem aquele mais na frente do REDD, significa que também estão incluídas ações de conservação pela floresta em pé. Um programa de REDD jurisdicional é quando o governo ou uma empresa resolve pagar pelo esforço de uma jurisdição, no caso um estado ou país, por estar combatendo o desmatamento e também melhorando suas ações de conservação”, explica a coordenadora geral do REM MT, Ligia Vendramin.
O REM MT é pioneiro no estado, após Mato Grosso reduzir o desmatamento em 10 anos. Os governos da Alemanha e Reino Unido investiram em ações de preservação, combate ao desmatamento e fortalecimento dos povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultura familiar.
Outros setores
Participaram do workshop representantes do setor privado e produtivo. A diretora de sustentabilidade da Aprosoja, Marlene Lima, cita a importância de reunir todos os setores para entender e discutir as melhores práticas de produções aliadas com a preservação ambiental.
“Foi muito pertinente e de extrema relevância para trazer informações sobre esse tema carbono, sobre o mercado, como ele funciona, colocar todas as pessoas das instituições do governo na mesma mesa, onde trouxeram o que está acontecendo e também as perspectivas de mercado e estamos aproveitando para tirar dúvidas e pensar num futuro de longo prazo”, conta Marlene.
O diretor financeiro do Instituto Ação Verde, Álvaro Leite, por sua vez, pontua que o evento pensa no futuro do estado a longo prazo, além de realizar parcerias para que o estado seja um exemplo de sustentabilidade.
“O evento é muito importante, principalmente para técnicos como eu, que estou há muitos anos na estrada. Pude aqui encontrar parceiros, já travei algumas conversas para futuros projetos na área de sustentabilidade. Acredito que em eventos como esse aqui, a gente consegue nivelar o conhecimento e talvez unir forças para alcançar o objetivo que todos nós estamos almejando, que é reduzir a emissão de carbono e fazer com que o nosso Mato Grosso seja cada vez mais sustentável”, diz Álvaro.