Regina Botelho
Da Redação
Com mais de 30 milhões de cabeça de gado, a raça nelore corresponde a 90% do rebanho de Mato Grosso. A carne é macia, de boa qualidade e vem ganhado espaço no Brasil e no mundo, o que ajuda a fomentar a economia no Estado. Para o deputado estadual Max Russi, não basta Mato Grosso ter o maior rebanho do país, precisa incentivar o desenvolvimento do setor produtivo da carne, em especial, a marca nelore, a continuar investindo e se modernizando.
“Temos que mostrar o que é forte no nosso Estado, temos uma pecuária muito forte e que mais contribuem para a balança comercial nacional”. O presidente da Associação dos Criadores Nelore (ACNMT – Nelore MT), Breno Molina, afirma que o rebanho nelore é popular pela rusticidade, adaptabilidade, habilidade materna e resistência. Nos últimos anos, os produtores vêm buscando modernização das técnicas para obter cada vez mais rentabilidade e lucratividade. Tudo isso com a preocupação de levar carne de qualidade ao consumidor, por meio de um manejo ecologicamente correto. “Hoje, o nelore gourmet é uma realidade para vários produtores do Estado que, a partir de ferramentas de avaliação da qualidade de carcaça, descobriram, por exemplo, que uma média de 3 a 5% dos animais do rebanho apresentam bons números de marmoreio (gordura entremeada no músculo da carne). Isso em condições naturais de manejo”.
Molina explica que, de acordo com o senso comum, o gado Nelore, que é mais rústico, não possuiria característica genética que confere maciez extra à carne. Por isso, a Associação Nelore MT vem participando de diversas iniciativas que desmistificam esse conceito e incentivando os produtores a investir nas novas técnicas, porque é uma garantia de sobrevivência em um mercado mais competitivo e exigente.
Nelore na Brasa
Cerca de 3 mil pessoas prestigiaram o maior evento de carne nelore, o Nelore na Brasil recentemente. Durante o evento os participantes saborearam 35 tipos de cortes especiais como bife ancho, carne de sol bovina, t-bone, maminha, costela pantaneira, beef de chorizo, steak de alcatra, chuck beef com osso, preparados na parrilla, fogo de chão, pitmaster e churrasqueira. Breno Molina acrescenta que a finalidade desse evento foi reforçar a marca da carne nelore. “A população precisa saber que oferecemos carne de qualidade, macia e ainda com um diferencial importante, nosso rebanho é criado a pasto, o que torna a carne muito mais saborosa”.
Segundo Molina por ser uma raça zebuína, o nelore tem a característica de armazenar a gordura no cupim (sobre as costas). Diferentemente das raças europeias que não possui o cupim e armazenam a gordura dentro da sua carne. “Isso é o que chamamos de gordura entremeada ou marmoreio, ou seja, no caso do nelore, o consumidor tem a opção de comer ou não a gordura em um corte, tornando carne mais saudável”.
Pecuária em números
Se Mato Grosso fosse considerado um país, em um ranking comparativo, ficaria em 6º lugar no mundo, atrás da Argentina – que possui 53 milhões de rebanho, e à frente da Austrália – 28 milhões animais. O setor compreende mais de 100 mil produtores, dos quais cerca de 80% com até 290 cabeças. Breno Molina reforça que mesmo em um cenário de crise estadual e nacional, é prioridade incentivar a implementação de novas tecnologias de manejo e genética pelos produtores. “Estamos comprometidos com o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento da pecuária de corte”.