10 de Setembro de 2024

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GERAL Quinta-feira, 05 de Dezembro de 2019, 16:30 - A | A

Quinta-feira, 05 de Dezembro de 2019, 16h:30 - A | A

RODOVIAS

Dnit deve consultar comunidade indígena antes de construir rodovia em Mato Grosso

GAZETA

O Ministério Público Federal em Mato Grosso (MPF), por meio do Ofício de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais, recomendou ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) que promova consulta prévia, livre e informada com os povos indígenas interessados, no intuito de obter acordo para a definição do traçado da rodovia BR-242. Deve ainda assegurar a participação da Funai e do Iphan no processo de licenciamento, para viabilizar os estudos e as informações técnicas necessárias para a tomada de decisão por parte dos indígenas.

 

 



A obrigatoriedade de consulta prévia para empreendimentos que impactem sobre terras ou comunidades indígenas é expresso no artigo 6º da Convenção no 169 da Organização Internacional do Trabalho.

O MPF já havia instaurado inquérito civil a partir de carta apresentada por lideranças indígenas das etnias Waurá e Ikepeng e representantes da Funai, do Instituto Homem Brasileiro (IHB) e da Comissão Pró BR-242, apresentando proposta para alteração do traçado da referida rodovia na altura do curso dos rios Batovi e Jatobá com o fim de preservar áreas consideradas sagradas (Gruta Kamukuwaká e a Pedra da Anta).

A partir do inquérito civil foram requisitadas informações ao Dnit, que se mostrou disposto a adequar o projeto de empreendimento rodoviário. Porém, não se teve notícia da realização de consulta, prévia, livre e informada às comunidades indígenas que sofrerão os impactos decorrentes do empreendimento, nem mesmo para averiguar se o novo traçado, distante 1.600 metros do local, é adequado.

 


Diante disso, o MPF aguarda resposta do Dnit quanto ao acatamento da recomendação, bem como informações atualizadas acerca do andamento da licença prévia dos lotes 5 a 11 da BR-242/MT, especificamente quanto aos desvios do traçado para preservação da caverna Kamukauká e demais áreas sagradas identificadas.


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