O prefeito Abílio Brunini (PL) anunciou que o início das aulas em Cuiabá seria adiado devido a um levantamento dos problemas na educação do município. Conforme o relatório, das 171 escolas da capital, 15 estão em condições críticas, e as demais estão passando por readequações. Entre os principais problemas encontrados estão móveis enferrujados, falta de ar condicionado nas salas de aula, utensílios danificados nas cozinhas, escassez de produtos de higiene e até desabastecimento de água. Esse cenário gerou preocupações na sociedade, especialmente em relação ao número de vagas nas escolas municipais.
O prefeito informou que cerca de 4.000 crianças não conseguiram vagas devido à falta de estrutura nas unidades de ensino, o que tem gerado um clima de apreensão entre os pais, que dependem das escolas para poder trabalhar com tranquilidade. A falta de vagas na rede pública de ensino significa que muitas crianças ficarão fora da sala de aula este ano. O parlamentar reconheceu a dificuldade em atender toda a demanda, mas afirmou que buscará parcerias com escolas privadas para tentar diminuir esse déficit. A proposta inclui um desconto de 50% no Imposto Sobre Serviços (ISS) para as escolas que aceitarem alunos da rede pública, mas a medida depende da aprovação de um projeto de lei pela Câmara Municipal.
O presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Sérgio Ricardo, classificou a proposta como inovadora e eficaz, podendo servir de modelo para outros municípios e até para o país. No entanto, ainda será necessário discutir a viabilidade jurídica e financeira da proposta com as escolas privadas e os técnicos da prefeitura, mas a medida é vista como uma solução emergencial para o grave problema educacional da cidade.
A capital cuiabana conta com aproximadamente 10 mil vagas para crianças de zero a três anos e 11 meses, mas esse número não é suficiente para atender toda a demanda.
Segundo as informações apuradas, a Secretaria de Educação tem aumentado anualmente cerca de 500 vagas, porém, existem mais de 4 mil crianças na fila de espera. Com a grave situação financeira do município, que está em estado de calamidade, Abílio esclareceu que a implementação dessa parceria só será possível em 2026.
Entre as escolas em situações mais críticas, destaca-se a EMEB Profª. Lidiolíria Santana, sendo a única classificada no relatório como "falta tudo". As outras escolas na lista incluem o CEIC Colomba Cacélia Lombardi Dorileo, o CEIC Portal da Fé, o CEIC Professor Aecim Tocantins, o CEIC José Gabriel da Costa, a EMEB Profª Maria Ambrósio Pommont, a EMEB Osmar José Do Carmo Cabral, a EMEB Professor Zeferino Leite de Oliveira, a EMEB Profª Maria Dimpina Lobo Duarte, e o CEIC Plácido Flaviano Curvo Filho.