A população e as autoridades de saúde estão preocupadas com uma possível segunda onda em Mato Grosso, como está acontecendo na Europa.
De acordo com informações publicadas pelo site Leiagora, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), estaria avaliando a possibilidade de decretar um novo lockdown na capital se os casos de coronavírus aumentarem novamente após as eleições.
O prefeito, no entanto, já divulgou uma nota desmentindo a informação e garante que não deu qualquer declaração neste sentido. Emanuel disse ainda que a suspensão do toque de recolher e qualquer medida de enfrentamento à covid-19 são tomadas com base em apontamentos técnico-científico do Comitê Municipal de Enfrentamento ao Novo Coronavírus.
A campanha eleitoral no primeiro turno foi marcada por atos públicos, carreatas e comícios. Uma fase em que os candidatos procuram estar mais próximos dos eleitores, ouvir suas demandas e criar um vínculo com a população.
Muita aglomeração de pessoas, visitas aos bairros, caminhadas, apertos de mãos, abraços, selfies. Por conta disso, a disseminação da doença pode aumentar nos próximos dias. Em 2020, as eleições municipais ocorrem em meio a uma pandemia. E apesar dos dados apontarem uma queda das contaminações pelo novo coronavírus a tendência é que os casos podem aumentar após o período de campanha.
Durante a campanha a reportagem do CO Popular flagrou nas ruas e bairros, candidatos e eleitores aglomerados, não usando máscaras ignorando as medidas de biossegurança.
“Tirei a máscara só um pouquinho, está muito calor”, disse uma mulher que caminhava no bairro CPA I com uma equipe de campanha. A dona de casa Maria Lindoia disse que o aperto de mão e os abraços são inevitáveis. “Quando a gente tem afinidade por algum candidato é inevitável que a gente não queira tocar, beijar e abraçar.”
Dados
Segundo dados do Painel Interativo da Covid-19, até a tarde de quinta-feira (12), foram confirmados 151.391 casos de coronavírus em Mato Grosso. No total, foram registradas, até agora, 4.026 mortes em decorrência do vírus no Estado.
Dos 151.391 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso, 5.004 pessoas estão em isolamento domiciliar e 141.953 estão recuperados, sendo registradas 2.678 recuperações a mais do que na quarta-feira (11).
Entre casos confirmados, suspeitos e descartados para a Covid-19, há 129 internações em UTIs públicas e 112 em enfermarias públicas.
Preocupação
Segundo o secretário de Estado de Saúde (SES/MT), Gilberto Figueiredo, o Estado ainda tem um grande volume de pessoas que ainda podem ser infectadas e até existe a possibilidade de uma segunda onda da pandemia, apesar dos números registrados não mostrarem isso. O que mais preocupa no momento é o crescimento do número de casos, que pode retirar Mato Grosso do status de Estado em queda da pandemia e colocá-lo de volta entre os que são identificados como sendo de pandemia em alta, pelo alto risco de contágio.
“A tendência é de aumentar os casos de infecção no Estado, pois boa parte da população mato-grossense ainda não foi infectada. Infelizmente, durante as eleições, os candidatos também acabam incentivando e, por força da necessidade de fazer campanha, eventos de aglomeração de pessoas”, afirmou Figueiredo.
O secretário frisa ainda que o Governo está atento aos indicadores de ocupação de leitos com pacientes graves, que tem caído. Entretanto, ressaltou que a pandemia ainda não acabou. “O comportamento é de como se a pandemia já tivesse acabado. Não acabou. Estamos com média de 700 novos casos por dia. O vetor do vírus é o ser humano. Quanto mais o ser humano se reúne e faz aglomerações, a probabilidade de aumento de pessoas com infecção é maior”, reforçou o secretário.
Relaxamento
Mato Grosso está entre os estados com o menor índice de isolamento do país durante a pandemia do coronavírus (Covid-19). Os casos continuam subindo e isso requer atenção às normas de biossegurança determinadas pela Organização Mundial de Saúde.
Levantamento do Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE) indica que de agosto para setembro todas as regiões do país apresentaram aumento do número de pessoas que estão relaxando nas medidas de segurança para evitar o contágio do novo coronavírus.