Regina Botelho
Da Redação
Com mais de 150 quilômetros de extensão, a reta interminável da Transpantaneira corta todo o pantanal do Mato Grosso, ligando a cidade de Poconé a Porto Jofre, quase que na divisa com o Mato Grosso de Sul. A estrada envolta pela planície alagada, característica do Pantanal, e a companhia de animais selvagens típicos da região são um convite para diversão. Durante o percurso os turistas podem ver jacarés, capivaras, garças e gaviões nas margens da rodovia. Mais um dos trechos na MT-060, estrada que dá acesso a pontos turísticos tem um ponto crítico e prejudica o turismo na região. Devido à falta de manutenção e das constantes chuvas, passar pelo local está quase impossível. O segmento do turismo na Transpantaneira gera mais de 600 empregos diretos, segundo informações da Associação de Defesa do Pantanal (Adepan).
De acordo com um proprietário de uma pousada no Porto Jofre conhecido como seu Neco, a situação está crítica há cinco meses e no fluxo de turistas em seu estabelecimento caiu drasticamente. “ No início do trajeto, o percurso vai bem, mas esse trecho apresenta problemas todos os anos. Apesar das medidas paliativas feitas recentemente, só passa pelo local carros com tração 4 x4”, lamenta. A região de Porto Jofre é conhecida por ser um dos melhores lugares para observação de onças e ao longo da estrada tem centenas de pousadas. Mas é até difícil achar turista que queira enfrentar uma estrada assim. “A situação é horrível. O acesso às pousadas está sendo feito por tratores que puxam os carros que ficam atolados nesse ponto. Quem sofre com isso são os empresários do ramo de turismo. São apenas 100 metros, que todos os anos passam pela mesma situação. Entra governo sai governo e ninguém faz nada”, lamenta seu Neco.
A diminuição do movimento de turistas em pousadas e áreas de proteção ambiental é uma das consequências das chuvas do começo do ano nos municípios pantaneiros de Poconé e Porto Cercado. A dificuldade de acesso provoca uma temporária estagnação turística nas pousadas e prejudicando o fluxo de moradores de um lugar a outro.
Preocupados, proprietários de estabelecimentos turísticos se uniram mais uma vez para reduzir os estragos na estrada e possibilitar a passagem de veículos. Eles compraram cinco caminhões de pedra rachão e pedra de mão para amenizar a situação no trecho critico.
Segundo o presidente da Associação de Defesa do Pantanal-Adepan, Nicola José de Arruda, a associação está sem repasse desde agosto de 2018. Ele conta que recentemente se reuniram com a equipe da Sinfra para reivindicar repasse maior e de forma emergencial, porém foram informados que irão receber apenas R$ 50 mil. O valor destinado para a manutenção da rodovia foi questionado por seu Nicola. “Sabemos que o governador Mauro Mendes herdou dívidas e uma série de problemas, mais precisamos de atenção e comprometimento do Governo para melhorar o turismo na localidade”. Nicola conta que a obra paliativa amenizou a situação, porém a vazão da água continua de forma lenta.
“O problema só irá ser solucionado quando o período de chuvas foi finalizado.” Dentre as reivindicações estão à implantação de sistema de drenagem nos pontos mais críticos que permitam o fluxo normal das águas. Dessa maneira se evitariam erosões e consequentes atoleiros.