Em Belém, o confronto da Supercopa do Brasil foi marcado por uma diferença brutal de forças. O Flamengo não teve piedade do Botafogo e, mesmo com algumas falhas nas conclusões, venceu por 3 a 1. Se a pontaria rubro-negra tivesse sido mais precisa, o placar final facilmente teria sido 5 a 1, tal a disparidade entre as equipes.
O Botafogo, com um time improvisado, e sem a força do elenco campeão da Libertadores e do Campeonato Brasileiro de 2024 – que perdeu 14 jogadores importantes – pouco pôde fazer diante do imenso poderio flamenguista. A equipe de Filipe Luís, com uma proposta tática impecável, demonstrou que ainda está longe de ser um time completo, com pouco entrosamento, confiança e intensidade. Em campo, o Flamengo foi absoluto, preenchendo todos os espaços e dominando o jogo com precisão.
A chuva que castigou Belém e encharcou o gramado do Mangueirão foi, talvez, a única aliada do Botafogo, ajudando a evitar uma goleada ainda mais expressiva. No entanto, o grande destaque da partida foi Bruno Henrique, que, com dois gols, comandou a vitória rubro-negra e, aos 33 anos, mostrou estar em seu auge físico. Ele foi fundamental para desequilibrar a decisão, ampliando sua marca de 9 gols e 2 assistências em 19 finais pelo Flamengo.
Filipe Luís segue sua trajetória fulminante no comando do Flamengo, transformando uma equipe que parecia morosa sob Tite em um time avassalador. Já com a Copa do Brasil e a Supercopa do Brasil no bolso, o treinador segue com seus planos focados no Campeonato Mundial, que será disputado nos Estados Unidos. Mesmo sem reforços como o meio-campista Jorginho (do Arsenal) ou o retorno de Pedro e Viña, o Flamengo mostrou sua força diante do Botafogo. Filipe Luís afirmou, após a vitória: "A todo o momento, a maneira que o nosso time pressionou, os jogadores compraram a ideia, fizeram e executaram tudo o que a gente planejou e acabou dando certo. Foi um jogaço, impecável, e um título mais que merecido nosso e, principalmente, dos jogadores."
Ao destacar o elenco do Flamengo, o técnico foi enfático: "Tenho o melhor elenco da América. É um grupo de altíssimo nível, jogadores que têm ali dentro dificilmente veremos. Acho que na história do futebol brasileiro é difícil ver um elenco tão forte, tão qualificado como é esse elenco do Flamengo. É um privilégio e um orgulho muito grande liderá-lo."
O reconhecimento de Filipe Luís foi ainda mais expressivo quando se referiu a Bruno Henrique. O atacante, que foi o herói da final, recebeu elogios do técnico: "Ele é um jogador espetacular. E o que eu mais gosto do Bruno é como ele se sacrifica pelos companheiros, pela equipe. Desde que cheguei aqui, o Bruno Henrique teve alguns episódios, mas 'decisão é para os grandes'. O Bruno Henrique não é grande, ele é gigante na história desse jogo."
Após a vitória, Bruno Henrique, emocionado, declarou: "Se eu pudesse compartilhar um pedacinho dessa coroa com os meus companheiros, eu faria isso. Depois vou pedir ao clube para também fazer uma dessa pequena para dar aos meus companheiros. Eles também merecem." Com o título da Supercopa, ele e Arrascaeta se tornaram os maiores colecionadores de títulos com a camisa rubro-negra, ambos com 14 conquistas.
Em 2025, o Flamengo se consolidou como a equipe de melhor futebol do Brasil. Com uma ambição clara e escancarada, o time de Filipe Luís mira agora o bicampeonato mundial nos Estados Unidos, e a Supercopa do Brasil já é mais uma taça garantida na Gávea. A superioridade rubro-negra, neste início de fevereiro, é incontestável e, para muitos, justíssima.