O governador Otaviano Pivetta (Republicanos) deve permanecer no comando do Governo do Estado até a próxima sexta, 17, quando o governador titular, Mauro Mendes (UB) estará de volta a Mato Grosso de sua viagem à China. Durante a primeira semana como governador em exercício, Pivetta cumpriu uma agenda bastante intensa que incluiu uma viagem à Brasília e um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que sucitou uma série de especulações em torno da possível candidatura do Repulicano à sucessão de Mendes no Palácio Paiaguás. O Jornal CO Popular reuniu, a partir de uma coletiva de Otaviano Pivetta à imprensa ao regressar de Brasília, uma série de manifestações do político que dão aos leitores, um panorama do que ele pensa sobre vários temas e políticas do Governo do Estado, seu próprio trabalho como vice-governador e sobre como imagina que deve ser o futuro de Mato Grosso.
CO Popular – Vamos começar por sua agenda em Brasília. O que o levou à Capital Federal?
Governandor em Exercício Otaviano Pivetta – Eu estive em Brasília para tratar de assuntos do interesse do Governo de Mato Grosso e da nossa população. Me reuni com a coordenadora Geral de Administração Aduaneira, Mirela Batista, para tratar sobre o embargo por parte da Receita Federal na liberação da exportação do ouro de Mato Grosso. Também me reuni com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, com quem tratei do nosso projeto de conectividade dos 142 municípios, o MT Conectado. Também tivemos uma agenda com o ministro Gilmar Mendes, no STF onde abordamos uma série de assuntos da pauta jurídica de interesse de Mato Grosso junto ao Supremo. E por fim, estivemos com o ex- presidente Jair Bolsonaro, numa reunião a convite da deputada Amália Barros, do PL.
CO Popular – Este encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro tem a ver com seu projeto eleitoral para 2026 quando pretende ser candidato a Governador de Mato Grosso?
Governandor em Exercício Otaviano Pivetta – É preciso deixar claro que esse encontro não foi iniciativa nossa nem teve caráter oficial. Eu apenas aceitei o convite da deputada Amália Barros para acompanha-la em uma visita ao ex-presidente. E fui muito bem recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Para mim foi uma honra. Eu não o conhecia pessoalmente. Não teve nenhuma pauta oficial nesse encontro. Eu já fui crítico de Bolsonaro e ao assistir sua trajetória me tornei um aliado seu eventual. Enfim, foi um um encontro importante apenas do ponto de vista individual, pessoal.
CO Popular – No mundo político, nada ocorre por acaso e sem consequências. Depois desse encontro do senhor com o ex-presidente Bolsonaro, os comentários são de que ele poderá apoiá-lo em 2026 como candidato “raiz” da direita em Mato Grosso. O que o senhor diz?
Governandor em Exercício Otaviano Pivetta - “Eu gosto de resultados, esse viés ideológico não me fascina. O que me fascina na política e faz persistir na vida pública são os resultados e assim continuará sendo. Não me vejo como representante 'raiz' de direita, nem me enquandro nesses rótulos reducionistas. Meu viés é o do bem comum, dos resultados, da eficiência. Então, não creio que se possa dizer que sou de direita mais 'raiz' que um ou outro. E insisto, não falamos sobre apoios em 2026 com Bolsonaro.
CO Popular – Em uma de suas agendas nessa semana como governador em exercício, o senhor sereuniu com empresários chineses que estão no Brasil enquanto o governador titular Mauro Mendes está na China. Por que todo esse interesse entre o governo do estado e os chineses?
Governandor em Exercício Otaviano Pivetta – A China é hoje o nosso maior parceiro comercial direto. Mais de 60% das exportações brasileiras para os chineses sai de Mato Grosso. Os empresários chineses que nos visitaram buscam oportunidades na suinocultura em Mato Grosso. Poucos sabem, mas nossas exportações de carne suína para a China é muito grande. Estas parcerias comerciais são importantes e muito promissoras para fomentar o desenvolvimento da nossa agroindústria, agregando valor na nossa produção e gerando os empregos aqui em nosso estado.
CO Popular – Recentemente, uma comitiva liderada pelo senhor esteve visitando a reserva Pareci, um dos povos indígenas que abraçou a produção agrícola de larga escala em suas terras, o que gera polêmicas e críticas fortes por alterar o modo de vida original da etnia. O que o senhor pensa a respeito dessa questão?
Governandor em Exercício Otaviano Pivetta – Sim, nós visitamos a comunidade Haleti-Parecis, localizada em Campo Novo dos Parecis/MT e foi uma experiência marcante. Durante a visita, pudemos imergir na realidade daqueles indígenas que se dedicam à produção agrícola. Os Parecis são notáveis por serem líderes na implementação da agricultura mecanizada em suas terras. Eles demonstram um impressionante nível de autonomia e, ao mesmo tempo, criam oportunidades para suas comunidades. Sua história de sucesso, ao meu entendimento, serve de inspiração para outros grupos indígenas que buscam alcançar independência e prosperidade. É importante ressaltar que, embora os Parecis enfrentem desafios em seu caminho, eles permanecem resilientes e determinados a continuar progredindo. Nossa visita à comunidade deixou claro que a realidade que encontramos lá é significativamente distinta da nossa experiência cotidiana, deixando uma ótima impressão. As críticas eu reputo a falta de conhecimento de quem as faz sobre o que está sendo feito e sobre os resultados dessa iniciativa dos Pareci.
CO Popular – A Assembleia Legislativa aprovou o projeto de lei do Executivo do Estado que prevê a ampliação das escolas civico-militar, uma questão também polêmica. Por quê o governo de Mato Grosso insiste nesse modelo educacional?
Governandor em Exercício Otaviano Pivetta – Pela qualidade do ensino, pelos resultados obtidos, pela necessidade de resgatar as escolas como espaços de formação de cidadãos preparados para a carreira profissional e a vida em sociedade. É importante destacar que os melhores resultados do IDEB's de MT são das Escolas Militares. Apartir de agora, vamos avançar com esse modelo para oferecer mais opções para os pais e mães que desejam uma educação de resultados. A estrutura de educação, o currículo escolar, os professores são exatamente os mesmos da rede estadual de educação convencional. A única coisa diferente nesse modelo é que agrega à sua filosofica, à sua metodologia comportamental a disciplina, o respeito a hierarquia, o respeito às normas e regulamentos do sistema educacional do estado, aos professores, servidores e aos bens públicos do ambiente escolar e externos que os militares trazem para a vivência escolar. Com esse projeto apreciado pelos deputados estaduais, vamos consolidar esse modelo de sucesso que entendemos ser um clamor da sociedade mato-grossense em todas as regiões.
