O corpo da brasileira Juliana Marins foi resgatado sem vida nesta terça-feira (24), no Monte Rinjani, na Indonésia. A jovem havia desaparecido após uma queda durante uma trilha em um dos pontos turísticos mais conhecidos do país. O resgate, que envolveu uma operação complexa e arriscada, foi dificultado pelas más condições meteorológicas e pelo terreno extremamente acidentado da montanha.
Segundo informações da família, as equipes de socorro chegaram a descer 400 metros pela encosta, mas ainda restavam cerca de 650 metros até o ponto onde Juliana havia sido vista pela última vez. Essa diferença nas estimativas iniciais gerou grande apreensão, tanto por parte dos parentes quanto dos voluntários envolvidos. O relevo do local, comparável em desnível à altura do Corcovado, no Rio de Janeiro, exigiu o uso de equipamentos especializados, como furadeiras e cordas de grande extensão, além do possível suporte aéreo com helicópteros.
Durante a madrugada de terça para quarta-feira, no horário de Brasília, informações divulgadas nas redes sociais indicavam que dois helicópteros, um em Jacarta e outro em Sumbawa, aguardavam autorização para decolar. No entanto, a instabilidade climática impediu o voo, atrasando ainda mais os trabalhos. Para agilizar as operações e garantir a segurança das equipes de resgate, a administração do Parque Nacional do Monte Rinjani decidiu interditar temporariamente a trilha que leva ao cume do vulcão.
As autoridades do parque confirmaram que o fechamento do último trecho da trilha visou não apenas facilitar o resgate, mas também conter a curiosidade de turistas. Informações divulgadas pela família apontam que um drone foi utilizado para localizar Juliana ainda com vida, por volta das 17h30 (horário local) do sábado (21). A imagem captada mostrava a jovem sozinha, em um penhasco, sem possibilidade de comunicação.
Desde o início do desaparecimento, os familiares vêm contestando informações falsas que circularam nas redes sociais. Mariana Marins, irmã da vítima, desmentiu vídeos que supostamente mostrariam o momento do resgate, classificando-os como forjados. Ela também negou que Juliana tenha recebido comida, água ou agasalhos, como afirmavam algumas publicações. Segundo a família, a equipe de resgate sequer havia conseguido alcançá-la, devido à dificuldade de acesso e à falta de equipamentos adequados, como cordas de comprimento suficiente.
O Itamaraty, por meio da embaixada brasileira na Indonésia, reconheceu que informações imprecisas foram divulgadas nos primeiros dias após o acidente, devido a relatos equivocados de fontes locais. Ainda assim, dois representantes foram enviados ao local no sábado (21) para acompanhar de perto os esforços de resgate.
As circunstâncias do acidente seguem sob investigação, mas a família de Juliana aponta falhas graves na condução da trilha. A jovem iniciou o trajeto acompanhada por cinco pessoas e um guia local. No segundo dia da caminhada, a vítima teria manifestado cansaço, e o guia, segundo relato de Mariana, apenas sugeriu que ela descansasse, seguindo adiante com o grupo.
“Juliana ficou desesperada porque ninguém mais voltou e caiu. Abandonaram Juliana”, declarou a irmã.
Juliana Marins era natural de Niterói (RJ) e formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Apaixonada por dança em especial, pelo pole dance, compartilhava sua arte e estilo de vida com frequência nas redes sociais. Durante a viagem à Indonésia, vinha publicando registros da trilha com entusiasmo, demonstrando alegria pela aventura.