A vereadora Maysa Leão (Republicanos) usou a tribuna da Sessão Ordinária desta terça (21) para expor a sua indignação com a decisão de prisão domiciliar concedida a Carlinhos Bezerra. Autor da execução da ex-mulher Thays Machado e do seu namorado, Willian Cesar Moreno, em janeiro de 2023, Carlinhos estava em prisão preventiva.
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Integrante do Movimento Conecta, que iniciou neste domingo uma agenda de 21 dias na luta pela erradicação da violência contra a mulher, Maysa relatou sua frustração com a decisão do Tribunal de Justiça. “Não basta ter os 21 dias, se ao mesmo tempo que estamos nas ruas protestando e pedindo um basta na violência, somos atropeladas com essa decisão judicial vergonhosa para o Estado de Mato Grosso”, disse a vereadora Maysa Leão.
Na decisão, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso, alega que a medida é em decorrência da saúde do preso que se encontra debilitado fisicamente e psicologicamente. A defesa argumentou também sobre a insuficiência estrutural do estabelecimento penitenciário em que se encontra para suprir suas necessidades.
Campeão nacional em Feminicídio, Mato Grosso registrou em 2022 nada menos que 101 assassinatos de mulheres. Deste total, quase a metade foi enquadrado como feminicídio, crime cometido por ódio e ou desprezo à condição de gênero feminino das vítimas, modalidade que está em rápido crescimento. Em 2021, foram registrados 47 feminicídios em Mato Grosso. Os dados são da SESP-MT.
“A Thays Machado não será esquecida. O Willian Cesar não será esquecido. Carlos Alberto Bezerra (Carlinhos) os matou porque não aceitava o fim de um relacionamento. Matou a sangue frio. Um crime premeditado e covarde. Ele se achava dono e proprietário daquela mulher” disse a vereadora Maysa no Plenário.
“Este senhor por ter sobrenome vai pagar o crime, assistindo Netflix em sua Fazenda?” indagou Maysa Leão. Para Carlinhos Bezerra foram fixadas medidas cautelares, incluindo o recolhimento domiciliar integral, monitoração eletrônica, retenção do passaporte e a obrigação de apresentar relatório médico detalhado em um prazo de 90 dias para reavaliação da medida.