O atual prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, hoje do partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que começou sua trajetória política no ano de 1988 aos 23 anos, como vereador pelo então Partido da Frente Liberal (PFL). Reeleito em 1992, alcançou o terceiro maior número de votos dentre os vereadores da disputa daquele ano.
Em 1994, candidatou-se e foi eleito como deputado estadual, sendo novamente reeleito em 1998, com a marca de 14 mil votos.
Já em 2016, optou por candidatar-se à prefeitura de Cuiabá pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (atual MDB). Naquele ano, a disputa se encaminhou para o segundo turno. Pinheiro terminou o pleito eleito com folga em disputa contra Wilson Santos, recebendo 60% dos votos contra 39% de seu adversário.
Após 4 anos, nas eleições de 2020, buscou reeleição e novamente foi encaminhado ao segundo turno. Dessa vez, ganhando em disputa acirrada com 51% dos votos contra 48% de Abílio Brunini, do Podemos (PODE).
Sua atuação no executivo de Cuiabá, nesses 8 anos, é fomentada por momentos de turbulência. Colecionando a surpreendente carga de 20 investigações policiais comandadas pela Polícia Judiciária Civil e Polícia Federal, Emanuel detém o recorde de prefeito com o maior número de operações policiais no cargo.
A primeira de sua vasta caminhada de acusações teve seu início em 2018, em que foi investigado por supostos fraudes em licitação na saúde municipal. 6 anos depois e com longa trajetória de investigações, teve seu último delito reportado em 28 de maio de 2024, na operação denominada “Miasma”, organizada pela Polícia Federal. Novamente, tornou-se alvo da investigação que tem como objetivo de cumprir 32 mandados de busca e apreensão referentes a fraudes em licitação na Saúde de Cuiabá.
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Em outubro de 2021, a Justiça determinou o afastamento de Emanuel Pinheiro após uma investigação constatar que ele estava envolvido em uma suposta organização criminosa, voltada para contratações irregulares de servidores temporários na Secretaria Municipal de Saúde. Após entrar com recurso na Justiça, o prefeito retornou ao cargo no mês seguinte.
Em março de 2024, a decisão foi de que o Pinheiro fosse afastado de seu cargo por 6 meses. A decisão de afastamento havia sido tomada pelo desembargador Luiz Ferreira da Silva, após um pedido do Ministério Público que determinava o afastamento por 180 dias, devido à investigação por suspeita de envolvimento em esquemas de desvio na Secretaria Municipal de Saúde, conforme foi apontado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT). Entretanto, após ter recurso acatado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), Emanuel ficou afastado por apenas 4 dias, retomando ao cargo imediatamente no dia da revogação.
Próximo ao período eleitoral, decidimos realizar uma pesquisa para avaliação da gestão de Emanuel Pinheiro em ambos os seus mandados. Uma vez que o atual prefeito é incapacitado de tentar reeleição, pois, liderou o executivo de Cuiabá por 2 mandatos consecutivos, a pesquisa foi feita em prol de conhecer as percepções da população acerca desses 8 anos.
O resultado parcial da pesquisa, em que os entrevistados possuíam as opções de avaliar como bom, ruim e indiferente, obteve o percentual de que: 7% dos entrevistados avaliam como “bom”, 76% como “ruim” e 17% como “indiferente”.
Dentre este percentual, duas pessoas que demonstraram avaliações boas, ruins e indiferentes foram entrevistadas.
Rhaissa Boazegevski, de 20 anos, avaliou como “indiferente”. “Me sinto indiferente, pois, há muita coisa positiva em seu primeiro mandato. Por exemplo, minha mãe é professora de uma creche municipal e as professoras, em geral, costumavam gostar muito da gestão. Em contrapartida, também deixou muito a desejar em questão da saúde, com cirurgias importantes que ficaram muito tempo, paradas. As UPAs, que vivem com falta de suprimento e remédio, sem contar a questão da infraestrutura das ruas.”
Maria Eduarda Aquino, de 22 anos, também avaliou de forma “indiferente”. “A gestão dele foi indiferente no meu ponto de vista, porque ao longo desses 4 anos algumas atitudes foram positivas, mas nada que compare com a situação de como Cuiabá se encontra atualmente.”
Madalena Martins, de 43 anos, avaliou a gestão como “boa”. “Venho acompanhando o Emanuel desde sua tomada de posse, votei nele, nas duas vezes e fiquei satisfeita com sua gestão. Vejo comprometimento dele com o povo, com a assistência social e os novos postinhos de saúde.”
Weverton Dourado, de 37 anos, também manteve avaliação positiva sobre o atual prefeito. “De todos os prefeitos que assumiram o cargo, o mais atencioso e comprometido com o povo. É nítida a atenção que ele dá principalmente na educação.”
Os entrevistados que apresentaram opiniões negativas foram Gabriel Henrique, de 21 anos e Natália Sarturi, de 19.
Segundo Gabriel, “A gestão foi fraca, ele focou apenas em tentar embelezar a cidade com praças e esqueceu de problemas reais como a saúde”. Natália partilha da mesma opinião de Gabriel, alegando que “Ele se preocupou com o bolso dele e tirou da saúde e da população”.
Após a pesquisa, nos deparamos com opiniões divergentes, fator importante e que se mostra comum em uma cidade que exerce sua democracia.
Sem poder se candidatar novamente, Emanuel ainda se mostra discreto sobre suas opiniões políticas acerca da eleição que se aproxima, mantendo um certo mistério no que diz respeito a quem irá apoiar. Todavia, repercutiu-se algumas declarações de sua parte e de outros políticos que demonstraram vestígios de qual lado Emanuel estará.
Em abril, o atual prefeito garantiu que não se envolveria no cenário político de forma direta ou indireta, ocasionando rumores de que sua “aposentadoria política” poderia estar próxima. Segundo ele, seu foco seria concluir as obras e iniciar o arrojado do programa tapa-buracos.
Em outro ponto, o deputado estadual Diego Guimarães não hesita em opinar em relação a qualquer hipótese de algum dos candidatos receber apoio de Emanuel: “O apoio de Emanuel mais vai atrapalhar do que ajudar em 2024, tanto que o PT não quer apoio dele, o União Brasil não quer, o Botelho, que até já foi aliado do prefeito...”, comentou Diego.
Em contrapartida, no último dia 9, Emanuel alegou não descartar a possibilidade de apoio a um candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), uma vez que a proximidade com o partido se manteve com o apoio do presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva.
