Da Redação
A Câmara Municipal de Cuiabá continua a acumular escândalos. A Mesa Diretora tem demonstrado impotência e falta de capacidade para gerenciar a crise na Casa, que vê cada vez mais a imagem desgastada, não justificando o recurso gasto em publicidade com a justificativa de demonstrar o trabalho dos vereadores. A promessa do presidente do Legislativo, vereador Misael Galvão (PSB), de resgatar a credibilidade e atrair o cidadão está longe de se tornar realidade.
O que se nota é que Misael tem agido apenas em momentos em que defende os interesses dos parlamentares, como na defesa do pagamento da Verba Indenizatória ou no aluguel de veículos, com a justificativa de melhoria dos trabalhos dos vereadores. Mas sua incapacidade administrativa fica clara ao não inibir as constantes discussões no parlamento, que por vezes chegam às vias de fato, e agora denúncias entre vereadores e até suposto caso de chantagem, tudo isso praticamente sem acionar a Comissão de Ética da Casa.
No âmbito de agressões houve desentendimentos entre os vereadores Renivaldo Nascimento (PSDB) e Abílio Júnior (PSC) e também entre Abílio e o vereador Juca do Guaraná (Avante), e mais uma vez foi comprovada a incapacidade do presidente do Legislativo, pois preferiu colocar “panos quentes”, sendo que ele próprio já se desentendeu e trocou palavras duras, levando o nome da Assembleia de Deus para dentro do Legislativo, ao discutir algumas vezes com o vereador Abílio. Para quem pregava transparência e moralidade na presidência da Casa, para retomar a credibilidade frente aos eleitores, Misael está se saindo igual ou pior aos seus antecessores, muitos deles respondendo processos por improbidade. Demonstrando que não tem zelo com o dinheiro público, Misael recentemente determinou o aumento do auxílio alimentação dos servidores efetivos da Casa.
A matéria, de autoria da presidência da Mesa Diretora, foi aprovada por 21 vereadores e irá gerar um gasto mensal de R$ 94.600,00, sendo R$ 25.800,00 a mais na folha de pagamento. O vale alimentação passou de R$ 800,00 a R$ 1.100,00. O aumento contempla apenas os servidores concursados que atuam no Legislativo Municipal. Pouco preocupado com a opinião pública, Misael Galvão tem acumulado medidas no mínimo polêmicas. Uma delas foi a contratação do ex-secretário de estado de Trabalho e Assistência Social de Mato Grosso (Setas-MT), Jean Estevan Campos Oliveira, em cargo de comissão de chefe de gabinete parlamentar.
A contratação não teria nada demais, se não fosse pelo fato de que Jean é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de agir em conluio com a ex-primeira-dama Roseli Barbosa para o desvio de dinheiro público da Setas, por meio de institutos e cursos de qualificação fraudulentos. A sanha pelo recurso é tanta, que Misael tentou aumentar o valor da VI, e só não o fez devido parecer contrário até mesmo do Superior Tribunal Federal (STF); mesmo assim pediu à Procuradoria Geral da Câmara irá recorrer da decisão. Atualmente a verba indenizatória dos vereadores é de R$ 18.9 mil, após o Tribunal de Justiça ter negado uma lei que estabeleceria que o valor "extra" seria de 75% da VI dos deputados estaduais. Caso essa lei estivesse em vigor, a verba indenizatória dos 25 vereadores da capital seria de pouco mais de R$ 48 mil, já que a dos parlamentares da Assembleia Legislativa é de R$ 65 mil. Não se importando com desgaste, mas sim visando comodidade com o dinheiro público, Misael ainda demonstra o interesse em alugar 32 veículos, sendo 30 carros, uma van e um ônibus. Vinte e cinco veículos serão entregues aos gabinetes parlamentares e sete serão repassados às secretarias. Já o ônibus e a van servirão para o andamento de projetos da Câmara. Enquanto isso, não apenas a sua base eleitoral cobra a presença do vereador, mas também o Shopping Popular, de onde está afastado da presidência. Os permissionários se veem abandonados por aquele que pensaram que iria representá-los na Casa.
E pior, uma fonte do jornal Centro Oeste Popular revelou que algumas bancas do Shopping podem estar sendo utilizadas por “terceiros” e sugeriu que o Ministério Público faça uma vistoria e mesmo auditoria no local, colocando às claras os nomes dos permissionários, e mais, que verifiquem quem antes da inauguração do “novo” Shopping Popular possuía banca e quem hoje detém propriedade no local, dando a entender que alguns se beneficiaram com a reforma e hoje possuem diversos pontos comerciais.