O deputado estadual Henrique Lopes (PT) participou de uma reunião com o novo secretário estadual de Educação, Alan Porto, sobre o fechamento de escolas e Centros de Ensino de Jovens e Adultos (CEJAs) de Mato Grosso, o segunda-feira (16), na Secretaria estadual de Educação (Seduc). Porto afirmou que o que está acontecendo é um “espalhamento de fake news” e realizará uma nova reunião em 27 de novembro. De acordo com ele, apenas após conclusão de um estudo interno poderá definir novos passos.
“Estão falando que vai acabar a EJA, mas isso em nenhum momento foi discutido aqui na Seduc. Pelo contrário, estamos discutindo ampliar a oferta e fortalecer a EJA. A evasão é muito grande e, em alguns casos, o estudante perdeu o interesse por conta da localização do CEJA, então o que queremos aqui é ampliar essa oferta e otimizar espaços”, explicou.
O parlamentar questionou o secretário sobre o fechamento do CEJA Anísio Spínola Teixeira, em Diamantino, que já foi, inclusive, notificado. Henrique ainda ressaltou que é importante a Seduc dialogar com os profissionais da Educação sobre tomadas de decisão, para que publicações de Portarias e Instruções Normativas não gerem o “espalhamento de boatos”.
“Mesmo com um mandato curto, percorremos o estado para fiscalizar presencialmente as condições da Educação. Temos um Fórum Estadual de Educação, mas as vezes as informações chegam por Portarias e Instruções Normativas, como a 009/2020, publicada em 26 de outubro. Em Nova Xavantina, Sorriso, Colíder e no assentamento Vila Sadia, em Cáceres, temos reordenamento de matrículas extinguindo escolas de educação básica. Então isso não é um boato, é um fato. Os companheiros foram notificados”, afirmou Henrique.
O deputado complementou que a falta de diálogo geram questionamentos de “quando será a minha vez”, que precisam ser respondidos pelo Estado.
Identidade - A professora Keila Alves explicou que a palavra “ampliação” deixa os profissionais angustiados, já que para ampliar, na prática, unidades serão desativadas. Para Keila, parte da identidade do ambiente escolar dos CEJAs podem ser perdidas neste processo, já que os estudantes serão transferidos para outras escolas.
“Somos aplaudidos porque somos o único Estado que tem essa organização e acolhida aos jovens e adultos na Educação. É aquela mãe que os filhos estudam durante o dia e ela vai de noite; temos os ribeirinhos, em Pontes e Lacerda; os tralhadores da mineração ficam quatro dias na serra e descem seis para estudar. Juína com atendimento muito forte de indígenas no CEJA. Então, são realidades e identidades. E o Ceja consegue abraçar isso com muita responsabilidade e naturalidade, respeitando cada um desses sujeitos”, explica a professora.