“Destacamos que não discordamos dos critérios estabelecidos pelo ministro [Ricardo Salles] para a partilha dos recursos, que são área desmatada e o número de focos de queimadas em cada estado, além ta área territorial e população estimada. Entretanto, no tópico execução descentralizada dos recursos, entendemos que a descentralização feita por intermédio de convênios, implicaria em uma série de procedimentos legislativos e administrativos, que atrasariam a aplicação desse valor”, escreveu o governador Mauro Mendes (DEM), em suas redes sociais.
A idéia dos governadores é que os recursos sejam transferidos via fundos estaduais ou fontes especificas. Os governadores afirmam que o ministro Ricardo Salles, com quem também estiveram reunidos nesta quarta-feira (20), concordou com a proposta. O ministro, no entanto, não se manifestou sobre o assunto.
Nesta quinta-feira (21) Salles e Mendes darão coletiva de imprensa no Palácio Paiaguás, após Encontro dos Comandantes-Gerais dos Corpos de Bombeiros da Amazônia Legal.
Recursos da Petrobrás
Em setembro deste ano, o ministro Alexandre de Moraes homologou um acordo feito com a Petrobras para que parte dos recursos recuperados pela Operação Lava Jato – cerca de R$ 2,6 bilhões – sejam destinados à Amazônia. Pelo acordo, R$ 1,06 bilhão deve ser obrigatoriamente aplicado em “prevenção, fiscalização e ao combate do desmatamento, incêndios florestais e ilícitos ambientais”.
Do dinheiro destinado à Amazônia, R$ 430 milhões devem ser repassados aos estados da região, e R$ 630 milhões devem ser empregados pela União em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na região, a serem executadas sob a supervisão do Ministério da Defesa; em ações de responsabilidade a serem promovidas pelo Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); e na regularização fundiária, a ser implementada pelo Ministério da Agricultura.
Desde a homologação do acordo, no entanto, o Governo Federal enviou um projeto de lei ao Congresso Nacional estipulando as regras para a distribuição desses recursos. Pelo projeto, dinheiro seria destinado primeiro aos ministérios, que ficariam encarregado de redistribuir os recursos.
Os governadores temem que a tramitação do projeto crie burocracias e retardem a chegada dos recursos à região.