O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) sagrou-se vitorioso nas eleições por méritos próprios. É a análise geral feita da campanha eleitoral, pois o gestor que foi reeleito foi abandonado até mesmo pelo próprio partido, cujas principais lideranças se omitiram principalmente no segundo turno, quando as pesquisas eleitorais apontavam uma desvantagem do emedebista.
Contando na campanha eleitoral com sua esposa Márcia Pinheiro, que fez uma grande mobilização das mulheres em prol de Emanuel, reunindo milhares em uma caminhada no Centro de Cuiabá, demonstrando a força política e dando o ponta pé inicial na virada história que culminou com a vitória no dia 29 de novembro, além do vice eleito José Roberto Stopa, com sua forte liderança frente aos presidentes de bairros e trabalho incansável no corpo a corpo com o eleitorado, Emanuel Pinheiro se vê livre de amarras dentro do partido, podendo adotar uma postura independente.
E exatamente por isso, por ouvir suas bases, que decidiu na semana passada não comparecer a uma reunião com o governador Mauro Mendes (DEM), que teve encontro com prefeitos eleitos pelo MDB. A chamada ponte estaria sendo construída pelos caciques e pajés emedebistas, que agora tentam ser protagonistas na reconciliação de Emanuel e Mauro, o que não foi assimilado pela base do prefeito, que entende que esses líderes não teriam legitimidade para intermediar esse encontro, pois na hora que mais necessitava, abandonaram o prefeito.
O fato não foi bem “digerido” pelas lideranças emedebistas, principalmente pelo presidente do diretório regional, o eterno cacique Carlos Bezerra, que afirmou que errou ao não comparecer na reunião dos prefeitos eleitos e/ou reeleitos e líderes do partido no Palácio Paiaguás.
Bezerra afirma que Emanuel precisa fazer uma ponte com o governador com o qual tem uma rixa pessoal e política, num gesto de boa vontade. “Mas é um problema dele”, disse aos jornalistas depois da reunião.
Vale destacar que aquele que quer aparecer fazendo a interlocução entre Pinheiro e Mendes, é o mesmo líder que às vésperas da eleição afirmou que Emanuel estaria impregnado pelo escândalo do paletó, o que, na visão dele, poderia culminar na derrota nas urnas. Agora com os resultados das eleições, em uma atitude que não é novidade para quem acompanha a política mato-grossense, tenta ganhar dividendos políticos, e pior, critica o prefeito por não dar ouvidos às lideranças que lhe abandonaram.
Por seu lado, Emanuel continua o trabalho pelo desenvolvimento da Capital. Entre as novidades que apresentou, está o pleito que irá fazer a Mendes, para que este lhe repasse a responsabilidade de alguns pontos da cidade que atualmente são de incumbência do estado, como Distrito Industrial, Largo do Rosário e Ilha da Banana. A ideia, segundo o prefeito, é urbanizar essas áreas.
“Quero urbanizar aquela região muito cara à cuiabania porque tudo começou ali. É o triângulo histórico da nossa cidade: Ilha da Banana, Morro da Luz e Beco do Candeeiro que estamos requalificando, estamos revitalizando”, afirmou.
Emanuel ressalta que vai buscar uma relação institucional com o governador, já escalando o seu filho Emanuel Pinheiro Neto (PTB) para fazer a interlocução. Ele lembrou ainda que Mauro já foi prefeito da capital e conhece a cidade e suas necessidades.
“Ele que conhece Cuiabá, foi prefeito da cidade, foi eleito no 1° turno, com a maioria da votação dos cuiabanos, e nossa união é um ganho para a população cuiabana como gestores, independente de política, porque eu sei que cada um tem a sua e a gente tem que respeitar isso, isso é um ponto”, afirmou.
Por seu lado, o governador Mauro Mendes, que vem fazendo uma gestão de realizações, e lançou recentemente o programa Mais MT, que vai levar melhorias aos 141 municípios mato- grossenses, afirma que está aberto para dialogar com todos os prefeitos de MT. Ele garantiu que terá uma relação institucional boa com qualquer chefe de Executivo municipal pelo bem do povo mato-grossense.
“Tenho minhas convicções, já me posicionei claramente sobre alguns temas que foram abordados. Mas nunca coloquei as diferenças com qualquer político de Mato Grosso acima do interesse público. Eu governo para os mato-grossenses. Vou trabalhar com os 141 prefeitos de Mato Grosso, sejam eles de qualquer partido, seja aliado ou não. Fui eleito para trabalhar para os mato-grossenses e farei isso”, disse o democrata.